Título: | MÃES EM MOVIMENTO: CONSTRUÇÃO NARRATIVA SOBRE AGÊNCIA EM REDE PARA INCLUSÃO DE ESTUDANTES DISLÉXICOS EM ESFERAS EDUCACIONAIS | ||||||||||||
Autor: |
TALITA ROSETTI SOUZA MENDES |
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Colaborador(es): |
MARIA DAS GRACAS DIAS PEREIRA - Orientador |
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Catalogação: | 03/NOV/2022 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | ||||||||||
Notas: |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=61053&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=61053&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.61053 | ||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||
A presente pesquisa investiga os movimentos de uma rede brasileira de mulheres-mães que age em prol da inclusão de estudantes disléxicos em esferas educacionais no país. A partir das narrativas que as participantes constroem, em entrevistas individuais e em encontros coletivos com a pesquisadora, o estudo objetiva investigar não só como e quais maternidades, atreladas à dislexia, são articuladas e elaboradas pelas participantes, mas também como essas construções estão conectadas às agências em prol da educação inclusiva. Somado a isso, este trabalho busca compreender quais outros elementos/agentes estão, de alguma forma, envolvidos na construção do processo agentivo, além de entender como as participantes da rede avaliam o legado da luta em momento porvir. As bases teóricas concentram-se, principalmente, nos estudos sobre a maternidade e a maternagem, considerando as diversas influências existentes em um país historicamente marcado pelo encontro, pelo entrecruzar e pela sobreposição de culturas diversas; nos princípios da Teoria Ator-Rede (TAR), entendendo o coletivo como rede complexa em que as agências se dão via associações e hibridismos; e nos estudos da narrativa como forma de organização social. Os processos metodológicos são qualitativos, em perspectiva de etnografia em rede sociotécnica, considerando o olhar da pesquisadora, que esteve por mais de dois anos em campo, como lugar de interpretação para análise de dados gerados com 8 participantes do Movimento Mães do Brasil – Dislexia. As análises dos dados, em primeiro momento, apontam para narrativas que entrelaçam maternidade e dislexia atreladas ao inicial desconhecimento acerca da temática, à observação atenta e à suspeita do quadro, à tentativa de silenciamento de suas vozes em ambientes escolares, à persistência na investigação diante do comportamento dos filhos/filhas e à formalização do diagnóstico. Outrossim, indicam o impacto no campo afetivo e a dislexia como ponto de virada para busca pela informação e pelo compartilhamento público de conhecimento e de vivências – além de uma experiência com empreendedorismo como forma de conciliação entre maternidade/maternagem, dislexia e trabalho. Com essas etapas, maternidades são construídas a partir de maternagens atentas, resistentes, sofridas, solitárias e, na sequência, colaborativas rumo a outros espaços. Em segundo momento, as análises apontam para a necessidade do encontro com pares que vivenciam a dislexia, algo que configura a rede, a partir da memória institucional, não só como lugar de troca, de empatia e de espelhamento, mas como lugar de articulação de práticas que intensificam os vínculos e as associações com outros atores (humanos ou não-humanos) de modo a concretizar conquistas importantes, tais como a formalização das leis acerca da dislexia no Brasil. A maternidade e a maternagem, nesse contexto, são construídas não só como lócus privilegiado de conhecimento a partir do saber familiar, doméstico e diário, como também de modo estratégico, combativo e politizado em espaços como a escola, a câmara dos deputados e o congresso nacional. Há, dessa forma, reivindicação pelo compartilhamento do cuidado e pela partilha das responsabilidades frente à educação formal, principalmente, a partir de normas legais apoiadas na inclusão, o que, de certo, configura-se como agência em interesses práticos de gênero. Por fim, as análises apontam para avaliações maternas positivas do legado porvir, apoiadas em três principais ideias: mover-se é importante; (re)conhecer a dislexia é urgente; lutar pelos direitos de seus/suas filhos/filhas é também lutar pela coletividade (e vice-versa). As maternidades, nesse contexto e com essas participantes, significa também nutrir transformações para aqueles que virão. Com essas inteligibilidades, a pesquisa busca contribuir com/para outros estudos sobre coletivos que, ativamente, atuam em prol de seus ideais. Ressaltamos, do ponto de vista teórico e metodológico novas formas de olhar para a maternidade no encontro com a dislexia e com a educação, que precisa, de fato, ser inclusiva, assim como para o coletivo como rede em suas múltiplas agências. Esperamos, a partir da investigação proposta, também propiciar reflexão, ação e mudança.
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