Título: | A RAZÃO ANTINEGRA DO REFÚGIO E AFROMOBILIDADES NO BRASIL | ||||||||||||
Autor: |
NATALIA CINTRA DE OLIVEIRA TAVARES |
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Colaborador(es): |
THULA RAFAELA DE OLIVEIRA PIRES - Orientador VANESSA OLIVEIRA BATISTA BERNER - Coorientador |
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Catalogação: | 27/JUN/2022 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | ||||||||||
Notas: |
[pt] Todos os dados constantes dos documentos são de inteira responsabilidade de seus autores. Os dados utilizados nas descrições dos documentos estão em conformidade com os sistemas da administração da PUC-Rio. [en] All data contained in the documents are the sole responsibility of the authors. The data used in the descriptions of the documents are in conformity with the systems of the administration of PUC-Rio. |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=59780&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=59780&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.59780 | ||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||
Afromigrantes são um dos principais grupos de solicitantes de refúgio e
refugiados no Brasil desde 1990. Até então praticamente ausentes dos horizontes
imigratórios no país, a categoria de refúgio foi uma das maiores responsáveis por
ampliar seus modos de chegada e estadia no Brasil. Apesar disto, não há estudos
que discutam profundamente os impactos de racializações e racismos no
desenvolvimento do sistema institucional e processual de refúgio no Brasil, seus
efeitos nas afromobilidades para o país, bem como nas vivências processuais de
solicitantes de refúgio negros. Com práticas e políticas migratórias historicamente
antinegras, este trabalho busca discutir, portanto, como o princípio de raça e
racismos antinegros são traduzidos ao longo dos anos no Brasil, inclusive no âmbito
do estabelecimento de uma categoria considerada humanitária. Partindo-se do
pressuposto da antinegritude e da vida póstuma da escravidão, este estudo enfocase na identificação e aprofundamento das técnicas e tecnologias aplicadas no âmbito
do universo migração/refúgio que continuam a demarcar racialmente a
(in)desejabilidade de certos imigrantes e refugiados em detrimento de outros, tendo
como centro a díade negro/não-negro. Este estudo é resultado de uma etnografia
feita no decorrer dos anos 2017-2019 cujo objeto eram as minhas interações com
as elites do refúgio, durante meu trabalho como advogada de solicitantes de refúgio
no Rio de Janeiro. A etnografia, aliada à análise documental de fontes primárias e
secundárias, compõe o bojo analítico principal deste estudo, que demonstra a
importância da antinegritude para entender a gênese e desenvolvimento das
respostas institucionais do universo migração/refúgio no que se refere
principalmente aos afromigrantes. As permanências da antinegritude na gestão de
corpos negros para - e no Brasil - demonstram seus alcances inclusive no âmbito do
universo de refúgio, herança do mundo colonial e nele estruturado e, portanto,
também (re)produtor na divisão antinegra de Humanidade. Repensar modos de
existir no mundo que superem a antinegritude inerente às - e fundante das -
fronteiras nacionais e as categorias delas derivadas somente é possível, portanto,
em um mundo em que se demande o fim dessas mesmas fronteiras.
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