Título: | DIFERENÇAS HUMANAS NO TEMPO E ESCOLA SEM PARTIDO: NARRATIVAS DO PASSADO PARA UM ENSINO DE HISTÓRIA NEOCONSERVADOR | ||||||||||||
Autor: |
CAIO MATHEUS DE FREITAS GARCIA |
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Colaborador(es): |
PEDRO PINHEIRO TEIXEIRA - Orientador |
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Catalogação: | 22/MAR/2022 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | ||||||||||
Notas: |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=58176&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=58176&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.58176 | ||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||
O movimento Escola sem Partido (EsP), fundado em 2004 com um
ideário contrário ao que chama de doutrinação esquerdista e comunista nas escolas
do país, ganhou visibilidade no debate educacional em 2014, ao incorporar o
combate à suposta ideologia de gênero. O EsP se desenvolveu numa conjuntura
sócio-política de reação à conquista de direitos e ao avanço de políticas públicas
sensíveis aos movimentos sociais e as camadas mais pobres das sociedades, no
contexto do que vem sendo chamado de neoconservadorismo brasileiro. O
movimento se aproximou da direita cristã e fez parte da campanha de Jair Bolsonaro
à presidência. Esta pesquisa teve como objetivo investigar as narrativas do EsP
acerca do ensino de História, sobretudo aquelas relacionadas às diferenças humanas
no tempo (religião, diferenças étnico-raciais, relações de gênero e sexualidades).
Partimos do pressuposto que a disciplina de História ocupa espaço profícuo na
produção de sujeitos e que, desde a década de 1990, vem sendo interpelada por
movimentos sociais que visam incluir novos sujeitos, histórias, lugares e
temporalidades na construção da ideia de nação e na produção de subjetividades.
Em relação à metodologia, buscamos as publicações disponíveis no site do Escola
sem Partido que abordam a disciplina acadêmica e/ou escolar de História e suas
relações com as diferenças. Dessa maneira, foram selecionadas e analisadas em seu
conteúdo 61 publicações que discutiam diferentes religiosidades, relações étnicoraciais e de gênero, sexualidades e no passado. Os resultados mostram que estas
publicações: 1) se colocam, majoritariamente, contra práticas docentes, livros
didáticos, faculdades e concursos em torno da disciplina de História; 2) criticam o
que consideram ser uma hegemonia do marxismo na História; 3) defendem a Igreja
Católica em temporalidades como as das Cruzadas e da Inquisição, e os cristãos,
especialmente os jesuítas no processo de colonização; 4) buscam afastar a Igreja
Católica das experiências de escravidão; 5) apresentam tom moralizante ao
representar as mulheres, assim como a construção de uma teoria que, contra a
noção de gênero, se fixa no biológico como meio de interpretar os papéis de homens
e mulheres no passado, no presente e para o futuro. Em conclusão, as narrativas
compiladas no site manifestam o caráter reativo do neoconservadorismo brasileiro,
de forte viés moralista, tradicional, cristão, heteronormativo e opositor às demandas
de mulheres, negros e LGBTQIA mais. A disciplina escolar de História é um de seus
alvos, demonstrando a sua relevância para a construção e defesa de conhecimentos
e valores que reforçam a autoridade de grupos historicamente dominantes na
sociedade brasileira.
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