Título: | RABISCA E PUBLICA: JUVENTUDES E ESTRATÉGIAS DE VISIBILIDADE SOCIAL E MIDIÁTICA DO PASSINHO CARIOCA AO ATIVISMO DE NOVA ORLEANS | |||||||
Autor: |
ALINE SILVA CORREA MAIA LIMA |
|||||||
Colaborador(es): |
CLAUDIA DA SILVA PEREIRA - Orientador VICKI ALEXIS MAYER - Coorientador |
|||||||
Catalogação: | 21/DEZ/2021 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
|||||
Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | |||||
Notas: |
[pt] Todos os dados constantes dos documentos são de inteira responsabilidade de seus autores. Os dados utilizados nas descrições dos documentos estão em conformidade com os sistemas da administração da PUC-Rio. [en] All data contained in the documents are the sole responsibility of the authors. The data used in the descriptions of the documents are in conformity with the systems of the administration of PUC-Rio. |
|||||||
Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=56719&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=56719&idi=2 |
|||||||
DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.56719 | |||||||
Resumo: | ||||||||
A presente tese discute estratégias de visibilidade social e midiática a
partir de práticas de comunicação empreendidas por jovens no Rio de Janeiro
(RJ), Brasil, e em Nova Orleans (LA), Estados Unidos. Para tanto, são
apresentados relatos de estudo de campo realizado nestas cidades, apoiado no
método etnográfico – elegendo como ferramental a pesquisa participante e a
análise qualitativa em perspectiva feminista –, além do amparo teórico alicerçado
em tópicos da Comunicação, da Sociologia e da Antropologia, principalmente. Os
sujeitos observados no Brasil (2014-2016) são idealizadores, promotores e
participantes de festivais e batalhas de passinho, dança que surgiu nos anos 2000
nas favelas cariocas. Enquanto estilo que congrega cada vez mais meninos e
meninas, com significativa repercussão midiática, o passinho revela aspectos
comuns aos indivíduos favelados, situações cotidianas que passam por escolha de
caminhos a seguir, conflitos de interesses pessoais e da família e a relação com o
território que, em resposta a um estigma de lugar, tem sido ressignificada no
orgulho da afirmação sou favelado. Na singularidade do corpo performático, o
passinho posiciona o dançarino nas questões coletivas que o aproximam de outros
em condições semelhantes. Já a investigação em campo em Nova Orleans (2015-
2016) permitiu a observação do ativismo juvenil em eventos de poesia (spoken
word) organizados pelo New Orleans Youth Open Mic e em postagens do Blog
Noirlinians, que explora moda, cultura e território, na esteira de movimentos
sociais contemporâneos, como Black Lives Matter. Ambos mobilizam
majoritariamente jovens pretos, conectados por referenciais e práticas de
autorreconhecimento como via possível de produção de visibilidade em um
contexto que o estigma está na cor da pele. Os grupos acompanhados no Brasil e
nos Estados Unidos têm em comum a criatividade e a expressão corporal como
fórum de discussão e meio de representação, além do uso de mídias sociais
digitais e website para promoverem suas atividades, comunidades e a si próprios,
ultrapassando, pela mobilização cultural e artística, a geografia de suas cidades. A
partir do tripé juventudes, representações e visibilidade, que sustenta esta análise,
verificou-se nos comportamentos e práticas juvenis a manifestação de indivíduos
que percebem e assumem a relação social como uma experiência que passa pela
via da sensibilidade, transcendendo interações pessoais e apoiando-se, cada vez
mais, no campo das possibilidades advindas da vida digital, a fim de buscar
reconhecimento em um contexto de padrões de valoração sociocultural
institucionalizados que fazem com que algumas pessoas se tornem invisíveis,
simplesmente pelo fato de não responderem a modelos ideais de ser, ter,
pertencer, comportar-se, como os participantes favelados e pretos deste estudo.
Nesta composição, corpo e novas tecnologias surgem, então, como elementos
estratégicos na construção e proposição de (auto)representações entre as
juventudes observadas, de forma que se evidenciam, pelo menos, dois aspectos:
1) O corpo juvenil destaca-se como a própria mídia, plataforma central, explorada
como território político, construído poética e culturalmente; 2) Práticas
comunicacionais possibilitadas por novas tecnologias potencializam distintas
experiências de subjetivação. Tais experiências permitem a apreciação do saber
proveniente da sensorialidade: as maneiras como jovens habitam diferentes
territórios – físicos e virtuais - e traçam suas trajetórias – muitas vezes agindo
individualmente, porém, jogando luz sobre competências coletivas.
|
||||||||