A pesquisa em questão tem como tema o consumo na (e da) gravidez. O objetivo é buscar compreender como a pedagogia da gravidez é atravessada pela formação da subjetividade do indivíduo contemporâneo, que prescreve uma miríade sem fim de objetos, modos de ser e fazer, a partir de uma performance esperada socialmente. Aqui são mapeadas e analisadas as práticas, rituais, objetos e representações de consumo relativos à gravidez, que por vezes parecem imperativas para que se performe como uma boa gestante. A pesquisa de campo teve como métodos centrais a realização de entrevistas com grávidas durante visita aos quartos do bebê – ambos ainda sendo gerados e construídos. E contou também com etnografia flutuante em feiras de bebês e gestantes. Durante a realização do campo de pesquisa, fica evidente a centralidade do quarto do bebê como espaço dedicado a este filho imaginado, mediado por imagens de ultrassom e outros objetos que o antecedem e encenam sua vida, mesmo antes de estrear no mundo fora do útero.