Título: | MÍDIA DIGITAL E GEOPOLÍTICA DA NUVEM: SOBERANIA EM MEIO ÀS VIRTUALIDADES DA COMPUTAÇÃO MODERNA | ||||||||||||
Autor: |
RAFAEL FELGUEIRAS ROLO |
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Colaborador(es): |
BETHANIA DE ALBUQUERQUE ASSY - Orientador |
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Catalogação: | 15/MAR/2021 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | ||||||||||
Notas: |
[pt] Todos os dados constantes dos documentos são de inteira responsabilidade de seus autores. Os dados utilizados nas descrições dos documentos estão em conformidade com os sistemas da administração da PUC-Rio. [en] All data contained in the documents are the sole responsibility of the authors. The data used in the descriptions of the documents are in conformity with the systems of the administration of PUC-Rio. |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=51848&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=51848&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.51848 | ||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||
A presente tese problematiza o papel da mídia digital na (con)formação da
geopolítica contemporânea, em especial sobre os conceitos de soberania e
emancipação. Entendida como estrutura nômica, a mídia digital opera na condição
de agente de repartição do espaço e regulação dos fluxos de forças, matéria, forma
e informação. Computação e Internet são responsáveis pelo desenho e conformação
tanto do espaço físico da terra, como do espaço virtual da rede, a chamada nuvem.
Um materialismo radical opera entre a desintegração do analógico no digital,
passando pela axiomática maquínica dos protocolos, até chegar à sobrecodificação
semântica da plataforma, na qual o denominado nomos da nuvem toma sua forma
mais aparente. Esse nomos desenha uma geometria não-euclidiana (fractal),
desafiadora da lógica causal e é pressuposto das novas dimensões de World-design.
Nele, o arquivo deixa de simplesmente funcionar como mera representação do
mundo, pois o próprio mundo se torna arquivo-Mundo. Os níveis ontológico e
epistemológico passam a ser condicionados pela dimensão política. A mídia digital
tece um diagrama que estabelece novos regimes de visibilidade (interface,
expressão) e de enunciação (endereçamento, conteúdo), perante o qual, para ser ou
saber no âmbito da Computação em geral e da Internet em especial, é exigida a
submissão às idiossincrasias do a priori técnico-tecnológico à disposição. Um novo
agenciamento de corpos e de signos é implicado. A nova mídia desintegra as
fronteiras subjetivas e objetivas associadas à soberania, concebida tradicionalmente
como um atributo do Estado-nação, instituindo outra topologia/topografia de corpos
e agências em seu lugar. Com a nova era midiática, portanto, tanto o território se
desdobra em uma dimensão hiperbólica, com a possível sobreposição de diversas
soberanias sobre uma específica transmissão ou circuito, como o substrato sobre o
qual o poder pode exercer e ser exercido deixa de ser humano e, ademais, deixa
de pressupor uma subjetividade para ser exercido de facto. Coloca-se o problema
a respeito de como definir uma tal condição soberana no contexto da nova era
midiática e da derrocada do modelo westfaliano de Estado-nação. Aliado à
questão relativa à soberania, questiona-se como estabelecer a (dia)gramática das
lutas emancipatórias nesse contexto. A partir do anúncio de eventos recentes,
propõe-se que a nova era midiática é fincada sobre duas passagens, quais sejam, a
passagem do analógico para o digital e a passagem do a-significante dos bits para a
semântica dos regimes de interface e endereçamento. Essas duas passagens se
consumam no conceito de plataforma, entendida como diagrama rígido no qual uma
assimetria bem característica é estabelecida entre sistema e usuário. Segundo essa
relação assimétrica, o usuário não pode acessar o arkanum do código-fonte, ou
melhor, as entranhas do sistema são protegidas da ação de um usuário qualquer.
Com o reconhecimento dessa relação, é propriamente possível a análise dos
conceitos de soberania e emancipação. Enquanto a soberana é entendida a priori
como a condição daquele (humano ou não) capaz de agenciar as potências do
código fonte em uma determinada relação com o sistema, a emancipação no âmbito
da atual era midiática perpassa necessariamente por uma reivindicação dessa
soberania.
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