Logo PUC-Rio Logo Maxwell
ETDs @PUC-Rio
Estatística
Título: IMAGINAR O QUASE-ACONTECIMENTO: POÉTICAS AMERÍNDIAS E OCIDENTAIS
Autor: MARIA BEATRIZ DE FARIA CASTANHEIRA RIBEIRO
Colaborador(es): MARIA HELENA FRANCO MARTINS - Orientador
Catalogação: 03/NOV/2020 Língua(s): PORTUGUÊS - BRASIL
Tipo: TEXTO Subtipo: TESE
Notas: [pt] Todos os dados constantes dos documentos são de inteira responsabilidade de seus autores. Os dados utilizados nas descrições dos documentos estão em conformidade com os sistemas da administração da PUC-Rio.
[en] All data contained in the documents are the sole responsibility of the authors. The data used in the descriptions of the documents are in conformity with the systems of the administration of PUC-Rio.
Referência(s): [pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=50146&idi=1
[en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=50146&idi=2
DOI: https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.50146
Resumo:
Esta tese explora a potência da noção de quase-acontecimento no campo dos estudos literários. Buscando tal noção na esfera do perspectivismo ameríndio, soma-se a investigações contemporâneas que, comprometidas com o imperativo de não presumir vantagem epistemológica nos encontros com os povos indígenas, vêm se interessando em pensar a experiência artística sob o impacto desses encontros. No universo ameríndio, o quase acontecer é um evento recorrentemente associado ao trânsito ontológico (viagens aos mundos dos mortos, dos espíritos, dos animais, das coisas etc.), sendo a quasidade um vetor crucial em narrativas míticas e práticas xamânicas. Em contraste com estados de fusão ou anulação, a experiência com a quasidade só pode se manifestar em termos suspensivos. A disposição para habitar, assim em suspensão, zonas de vizinhança entre mundos humanos e não humanos já foi muitas vezes evocada e convocada em conexão com a experiência artística em contextos ditos ocidentais: tomando parte nesse movimento, as reflexões de Deleuze e Guattari são, de modo geral, uma influência importante nos materiais etnofilosóficos aqui em foco, notadamente, os trabalhos de Eduardo Viveiros de Castro, Tania Stolze Lima e Manuela Carneiro da Cunha. Dois aspectos do pensamento da dupla de filósofos franceses importam em especial para este estudo: por um lado, mais teórico, está a insistência no devir feiticeiro do artista; e, por outro lado, mais metodológico, está o caminho que abrem ao construir seu pensamento por meio da invenção de séries heterogêneas de intercessores. Compondo-se de um conjunto eclético de materiais poéticos capazes de perturbar certo modo ocidental de conceber a imaginação, esta tese dedica-se a investigar vínculos possíveis entre imaginação poética e quase acontecimento. Apresentando-se e discutindo-se modos singulares com que poéticas ameríndias e ocidentais mobilizam o quase acontecer, mostra-se que o diálogo com práticas interligadas da vida ameríndia abre caminhos férteis para (re)pensar e (re)viver a potência do corpo na imaginação e os vínculos entre práticas teórico-críticas e práticas artísticas. A tese reflete em sua própria escritura este último ponto: os exercícios de leitura aqui realizados fazem transbordar entre si minhas atividades como pesquisadora e como escritora. Por este viés e num recorte que bastará aos interesses deste estudo, tais exercícios respondem à natureza paradoxal das imagens xapiri na narrativa xamânica de David Kopenawa em A queda do céu; à atmosfera mítico-ritualística de contato dos Ikpeng e dos Yanomami com a morte; e ao desordenamento de corpos que infestam o mito Pu iito – práticas e poéticas ameríndias que ponho em fricção com as seguintes experiências artísticas ocidentais: os livros O imitador de vozes, de Thomas Bernhard e Amada, de Toni Morrison; o poema Qvasi , de Edimilson de Almeida Pereira; e o conto O sofredor do ver , de Maura Lopes Cançado.
Descrição: Arquivo:   
NA ÍNTEGRA PDF