Título: | DESAFIANDO OS DEUSES E AS PROBABILIDADES: SOBRE SER UM CYBORG | ||||||||||||
Autor: |
VITOR MOURA LIMA |
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Colaborador(es): |
LUIS ALEXANDRE GRUBITS DE PAULA PESSOA - Orientador RUSSELL WILLIAM BELK - Coorientador |
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Catalogação: | 28/MAI/2020 | Língua(s): | INGLÊS - ESTADOS UNIDOS |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | ||||||||||
Notas: |
[pt] Todos os dados constantes dos documentos são de inteira responsabilidade de seus autores. Os dados utilizados nas descrições dos documentos estão em conformidade com os sistemas da administração da PUC-Rio. [en] All data contained in the documents are the sole responsibility of the authors. The data used in the descriptions of the documents are in conformity with the systems of the administration of PUC-Rio. |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=48331&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=48331&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.48331 | ||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||
O fascínio da humanidade por alcançar algo além do que é dado por uma
divindade pode ser encontrado em diversos episódios desde os tempos mais
remotos. Nossa busca por criação, extensão e controle de diferentes formas de vida,
assim como os deuses fazem, ecoa semioticamente por narrativas religiosas, mitos,
produções de ficção científica e, certamente, ciência. Desde a criação mágica dos
Homúnculos até a distopia de Altered Carbon, várias questões surgem desse
relacionamento complexo, provavelmente devido ao benevolente ato de rebelião
cometido por Prometeu, o ladrão do fogo (ou tecnologia). Embora estudos
anteriores tenham investigado o consumo de tecnologia com base em diferentes
perspectivas, usaram majoritariamente uma abordagem Heideggeriana e, portanto,
conceberam a tecnologia apenas como uma ferramenta. Dado o consumo de
tecnologias internas (insideable technologies), a maneira como experimentamos a
dissolução de barreiras entre humanos e máquinas, as mudanças emergentes no
status ontológico do ser humano e as consequências de fazê-lo permanecem
negligenciadas. Para explorar esse fenômeno singular, baseado em raciocínio
abdutivo, desenvolvi minha teorização sobre o Self Interativo, tendo como base a
filosofia fenomenológica-existencial de Sartre em seus últimos trabalhos. Para isso,
tive uma imersão prolongada e intensa no contexto de biohacking, especificamente
grinding (ciborgues), que começou em 2017 com uma combinação de netnografia,
etnografia, entrevistas fenomenológicas e autoetnografia. Para analisar o grande
conjunto de dados coletados, segui os postulados da semiótica francesa,
particularmente levando em conta a virada fenomenológico-existencial na Escola
Parisiense de Semiótica. Como resultado dessa investigação, minha proposição
teórica é que o Self Interativo é sustentado pelo processo de externalização do
interno e da internalização do externo em uma dinâmica dialética e perpétua. Para
amparar esse argumento e responder às minhas perguntas de pesquisa, apresento o
novo conceito de duas maneiras: primeiro, descrevo a estrutura para o eterno
processo de ser um ciborgue por meio do consumo de microchips com NFC.
Posteriormente, promovo uma articulação dos modos de existência de Sartre dentro
do aspecto da ciborguização volitiva, o que coloca a humanidade um passo mais
perto de seu antigo sonho de realizar milagres semelhantes aos deuses. Ao
considerar a tecnologia, não como uma mera ferramenta para um fim, como faria
Heidegger, afirmo que é um objeto vivo, mágico e vibrante que tem o poder de
mudar nossa condição ontológica como seres humanos. Ao fazer isso, minha
pesquisa contribui para discussões sobre consumo de tecnologia, projetos de
identidade e, tangencialmente, bioética na pesquisa do consumidor no contexto do
Transumanismo.
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