Título: | A ECONOMIA SACRIFICIAL DO ESTADO-NAÇÃO: O LUTO PÚBLICO DAS MÃES DE VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA DE ESTADO NO BRASIL | ||||||||||||
Autor: |
VINÍCIUS WINGLER BORBA SANTIAGO |
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Colaborador(es): |
MARTA REGINA FERNANDEZ Y GARCIA MORENO - Orientador |
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Catalogação: | 21/MAI/2020 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | ||||||||||
Notas: |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=48235&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=48235&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.48235 | ||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||
Esse trabalho trata da luta das mães e familiares de vítimas da violência do
Estado brasileiro, mais especificamente sobre o engajamento político das mães,
moradoras de favelas no Rio de Janeiro, que perderam seus filhos assassinados
por policiais militares e agentes do Estado. As reflexões trazidas aqui são fruto de
trabalho etnográfico no qual acompanhei e testemunhei o luto público das mães
nos espaços públicos da cidade. É a partir do testemunho da luta e do luto das
mães que pude tecer a problemática dessa tese que se centra na relação entre
gênero, violência, soberania e sacrifício. Argumento, partindo das minhas
experiências e vivências etnográficas, que o movimento de mães questiona a
legitimidade do poder de matar do Estado ou, em outras palavras, questiona a
própria soberania de Estado como o poder sobre a vida e a morte. Ao defenderem
que o Estado brasileiro não tinha o direito de tirar a vida dos filhos que elas
geraram, as mães trazem à tona a relação entre gênero e soberania e o modo como
ambos estão intimamente conectados. Além disso, argumento que o movimento
de mães toca nas estruturas fundacionais do Estado-nação ao revelar que a
soberania de Estado repousa sobre uma economia sacrificial na qual a vida de
alguns depende da morte de outros. O movimento das mães reúne tanto as
condições para expor a lógica sacrificial sobre a qual se sustenta a soberania
estatal quanto revelam que elas, as próprias mães, se inserem também em uma
lógica sacrificial ao lutar em nome de seus filhos assassinados pelo Estado. Nesse
sentido, percorro um caminho de investigação filosófica a fim de compreender as
fundações mitológicas da soberania de Estado e a lógica sacrificial intrínseca a
ela.
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