A dissertação baseia-se em pesquisa exploratória, discorrendo sobre o período em que a imagem fotográfica começa a ser incorporada pela imprensa periódica ilustrada da cidade do Rio de Janeiro. Assim, fazem parte do universo desta pesquisa as publicações saídas entre 1839 (ano do anúncio da descoberta do daguerreótipo, primeiro processo fotográfico patenteado e explorado comercialmente no mundo) e 1900, derradeiro ano de um século marcante sob inúmeros aspectos e momento em que o país inicia a segunda década do regime republicano, em meio a transformações políticas, econômicas, sociais e culturais que, naturalmente, se refletiriam na imprensa. Na virada do século, o fato dos processos de reprodução fotomecânica já estarem técnica e comercialmente resolvidos e o fato da tecnologia da própria fotografia haver sido extremamente aperfeiçoada, vão implicar - com certo atraso em relação aos centros mais avançados - uma mudança de atitude quanto ao uso da fotografia na imprensa ilustrada carioca do século XX - distanciando- a, finalmente, da caricatura e conferindo-lhe uma gradual autonomia como meio de comunicação e expressão. Foram examinadas as coleções de 1.126 periódicos publicados na cidade do Rio de Janeiro no período, integrantes das coleções em microfilme da Fundação Biblioteca Nacional. O trabalho visou detectar as primeiras utilizações da fotografia, contextualizando-as minimamente - inclusive do ponto de vista das tecnologias empregadas - além de destacar dois marcos no processo de incorporação da fotografia pela imprensa ilustrada, o primeiro em A Semana Illustrada (1860-1876) e o segundo em O Besouro (1877-1878).