Título: | DESENVOLVIMENTO E EMOCIONALIDADE: O IMPACTO DAS EXPERIÊNCIAS EMOCIONAIS INICIAIS NO DESENVOLVIMENTO DE TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS | |||||||
Autor: |
ERICA DE LANA MEIRELLES |
|||||||
Colaborador(es): |
JESUS LANDEIRA FERNANDEZ - Orientador |
|||||||
Catalogação: | 21/MAR/2019 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
|||||
Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | |||||
Notas: |
[pt] Todos os dados constantes dos documentos são de inteira responsabilidade de seus autores. Os dados utilizados nas descrições dos documentos estão em conformidade com os sistemas da administração da PUC-Rio. [en] All data contained in the documents are the sole responsibility of the authors. The data used in the descriptions of the documents are in conformity with the systems of the administration of PUC-Rio. |
|||||||
Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=37436&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=37436&idi=2 |
|||||||
DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.37436 | |||||||
Resumo: | ||||||||
A ocorrência de experiências infantis negativas (como o abuso, a negligência e o estabelecimento de vínculos inseguros) tem sido relacionada à alteração da emocionalidade, podendo ser compreendida como integrante para a etiologia multifatorial dos transtornos psicológicos. O impacto das experiências precoces no comportamento adulto encontra espaço na compreensão das características do desenvolvimento do SNC (Sistema Nervoso Central) e no conceito de neuroplasticidade, capacidade neural de se moldar de acordo com as influências do ambiente. De modo consistente, são encontrados trabalhos que apontam haver correlação entre estresse precoce e o desenvolvimento de psicopatologias. Este trabalho visa compreender a influência das experiências da infância no comportamento emocional, e justifica-se na constatação de que esta compreensão pode auxiliar a melhor entender o adoecimento mental e a desenvolver estratégias de avaliação e tratamento mais adaptadas e eficazes. Para tanto, foram realizados uma extensa revisão bibliográfica sobre o tema e a construção e avaliação de um modelo animal que pudesse mimetizar os efeitos das experiências precoces na emocionalidade. O levantamento da literatura traz dados consistentes sobre estes efeitos biocomportamentais, frequentemente valendo-se, para isto, de modelos animais em neurociência afetiva. A pesquisa experimental visou mais especificamente avaliar se diferentes condições ambientais durante a lactação de animais são capazes de alterar sua resposta emocional no LCE (Labirinto em Cruz Elevado), paradigma de avaliação comportamental de emocionalidade. Foram aplicados os procedimentos de handling (manipulação) e separação materna nas três primeiras semanas pós-natais, tendo sido avaliados no LCE um total de 154 animais. Foram encontrados resultados consistentes para o
procedimento de handling entre os diferentes grupos, entretanto o efeito parece não se estender aos animais adultos. Já o procedimento de separação materna utilizado não se mostrou capaz de alterar o comportamento emocional, dado que encontra reverberação na literatura, onde podem ser localizados resultados contraditórios. Foram pontos de limite para este trabalho o número grande de variáveis e o número pequeno de sujeitos por grupo experimental. Estudos mais detalhados e com paradigmas comportamentais diferentes dos aplicados podem ser de valia para aprofundar a discussão sobre os dados. Os resultados encontrados nesta pesquisa demonstram a grande complexidade da emocionalidade humana, que não pôde ser completamente modelada. São apresentadas perspectivas futuras sobre a investigação da etiologia de transtornos mentais levando-se em conta não somente aspectos ambientais, mas também os ligados à genética e a interação entre eles, atendidas pelo procedimento de crossfostering ou adoção cruzada. A relevância clínica da investigação das experiências infantis está em saber de que maneira elas alteram a emocionalidade, levando ao desenvolvimento de doenças mentais. Parece haver consenso entre os estudos em relação à desregulação do eixo HPA ser repetidamente documentada como uma consequência psicobiológica das experiências iniciais aversivas, tendo sido proposta como o potencial mediador neurobiológico dos efeitos de longo prazo das experiências emocionais negativas.
|
||||||||