Título: | TEMA, SUJEITO E AGENTE: A VOZ PASSIVA PORTUGUESA EM PERSPECTIVA SISTÊMICO-FUNCIONAL | |||||||
Autor: |
HELENA FERES HAWAD |
|||||||
Colaborador(es): |
MARIA DO CARMO LEITE DE OLIVEIRA - Orientador |
|||||||
Catalogação: | 03/JUN/2003 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
|||||
Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | |||||
Notas: |
[pt] Todos os dados constantes dos documentos são de inteira responsabilidade de seus autores. Os dados utilizados nas descrições dos documentos estão em conformidade com os sistemas da administração da PUC-Rio. [en] All data contained in the documents are the sole responsibility of the authors. The data used in the descriptions of the documents are in conformity with the systems of the administration of PUC-Rio. |
|||||||
Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=3560&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=3560&idi=2 |
|||||||
DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.3560 | |||||||
Resumo: | ||||||||
Este trabalho tem por objeto as estruturas gramaticais
portuguesas tradicionalmente denominadas voz passiva
analítica e voz passiva sintética (ou pronominal). No
quadro da abordagem sistêmico-funcional, são analisadas
as semelhanças e diferenças semânticas entre elas, tendo
por base seu emprego em textos. O exame de ocorrências
dessas estruturas em diferentes gêneros de textos
jornalísticos - notícias, editoriais e artigos - revela
diferenças de distribuição, com a quase inexistência de voz
passiva sintética nas notícias. Partindo desse fato como
uma evidência da não-equivalência funcional entre as duas
estruturas, estuda-se o significado das ocorrências em
contexto, visando a identificar a contribuição específica
de cada tipo de estrutura para a realização dos significados
do texto. O significado de cada estrutura é, assim,
analisado em seus componentes textual, ideacional e
interpessoal. No domíno textual, a voz passiva analítica,
que se caracteriza pela conversão do participante paciente
em Sujeito e, portanto, em Tema não-marcado, funciona
primordialmente como um recurso para facilitar o
posicionamento de informação dada antes de informação nova,
na ordem dos constituintes oracionais. A voz passiva
sintética, por sua vez, não apresenta essa propriedade de
tematizar um participante, já que, na ordem não-marcada, é o
Processo que ocupa a primeira posição oracional nessa
estrutura. Na maioria das ocorrências de voz passiva
sintética, o constituinte que seria o Sujeito da oração
correspondente em voz passiva analítica representa
informação nova. Sendo assim, as duas estruturas estudadas
contribuem de modos diferentes para a organização do fluxo
informacional do texto. No domínio ideacional, há, por um
lado, uma diferença na distribuição dos tipos de processo
entre as estruturas. A voz passiva sintética presta-se
melhor à representação de processos mentais que a
voz passiva analítica. Por outro lado, porém, é no âmbito
ideacional que as duas estruturas apresentam um traço comum
de significado, visto que ambas servem à representação de
um processo sem a identificação do Agente. Finalmente, no
domínio interpessoal, as estruturas se distinguem pelo fato
de que a voz passiva sintética apresenta Sujeito
indeterminado, ao contrário da voz passiva analítica. O
Sujeito indeterminado, caracterizado pela indefinição
máxima da categoria de pessoa, possibilita diferentes
efeitos de sentido no que se refere ao envolvimento
tanto do autor, quanto do leitor. Propõe-se, desse modo,
uma caracterização da voz passiva analítica e da voz
passiva sintética em termos de traços semânticos, na
forma de um sistema de três parâmetros binários,
correspondentes às três metafunções sistêmico-funcionais.
Essa análise do significado em traços independentes permite
compreender melhor a especificidade do potencial semântico
de cada estrutura, bem como a funcionalidade de cada uma no
discurso.
|
||||||||