Título: | ENSAIOS EM ECONOMIA BANCÁRIA | ||||||||||||||||||||||||||||
Autor: |
SÉRGIO LEÃO |
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Colaborador(es): |
JOAO MANOEL PINHO DE MELLO - Orientador CLAUDIO ABRAMOVAY FERRAZ DO AMARAL - Coorientador |
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Catalogação: | 01/AGO/2018 | Língua(s): | INGLÊS - ESTADOS UNIDOS |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | ||||||||||||||||||||||||||
Notas: |
[pt] Todos os dados constantes dos documentos são de inteira responsabilidade de seus autores. Os dados utilizados nas descrições dos documentos estão em conformidade com os sistemas da administração da PUC-Rio. [en] All data contained in the documents are the sole responsibility of the authors. The data used in the descriptions of the documents are in conformity with the systems of the administration of PUC-Rio. |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=34623&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=34623&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.34623 | ||||||||||||||||||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||||||||||||||||||
Esta tese é uma coleção de três ensaios empíricos em economia bancária no Brasil. O capítulo 1 mostra evidências que cidades governadas por prefeitos da base aliada do governo federal recebem mais crédito de bancos públicos federais. Utilizando uma base de dados longitudinal única que cruza informações de crédito em nível municipal com resultados eleitorais no período 1997-2008, eu exploro variações no alinhamento político de cada município ao longo do tempo para estimar seu impacto no montante de crédito. Como resultado, observo que os bancos públicos federais aumentam seus empréstimos em 10 por cento a mais em cidades alinhadas. Em resposta, os bancos privados restringem sua expansão de crédito nessas localidades, embora o efeito líquido seja de um aumento no crédito agregado para cidades alinhadas, deixando a questão de uma provável má alocação de capital entre cidades. Eu também utilizo outra base de dados de crédito única e ainda mais abrangente, disponível somente a partir de 2004, e emprego a metodologia de regressão com descontinuidade em disputas eleitorais apertadas para avaliar possíveis problemas de identificação. Em contraste com a literatura, eu observo que os resultados não são conduzidos por empréstimos direcionados, mas por operações de crédito livre. O capítulo 2 analisa firmas que contribuem para campanhas eleitorais de modo a testar a hipótese de favorecimento de crédito como retribuição a contribuição de campanha. Combinando dados de contribuição de campanha e informações de crédito ao nível da firma, eu exploro variações em uma mesma firma ao longo do tempo para testar se aquelas que contribuem para partidos da base aliada do governo federal recebem mais crédito de bancos públicos federais. Os resultados indicam que contribuintes de campanha de partidos da base aliada têm maior proporção de seu crédito oriundo de bancos públicos federais e tomam de uma maneira geral 20 por cento a mais de crédito que firmas que contribuem para outros partidos. No capítulo 3, eu aproveito da introdução de uma nova forma de seguro depósito voluntário, conhecido por DPGE (Depósito a Prazo com Garantias Especiais), para avaliar questões relevantes relativas a corrida bancária, liquidez de mercado (market liquidity) e liquidez na captação (funding liquidity). Primeiramente, documento uma corrida de depositantes a bancos pequenos e médios no Brasil após o agravamento da crise financeira global de 2008. A seguir, observo que esta corrida bancária foi impulsionada primordialmente por investidores institucionais. Em seguida, demonstro que, em resposta ao enfraquecimento da posição no seu passivo, os bancos reduziram seu ativo liquidando suas posições de crédito. Em quarto lugar, encontro evidências de que a introdução do DPGE ajudou a estabilizar as captações bancárias. Com este novo instrumento, os certificados de depósito (CD) passaram a ser segurados em até 20 milhões de reais, enquanto os demais eram segurados em até 60 mil reais. Por fim, demonstro que bancos com menor liquidez nos ativos foram aqueles que escolheram emitir DPGE, apesar de seu elevado custo (emissores devem pagar prêmio mensal de mais de seis vezes o valor cobrado em depósitos segurados convencionais). Portanto, restaurar a liquidez pelo lado do passivo (funding liquidity) foi mais importante a bancos mais afetados pela liquidez de mercado (market liquidity), ou seja, para aqueles com menos ativos líquidos. Uma investigação dos determinantes da emissão de DPGE mostra que: 1) bancos mais dependentes de cessão de carteira de crédito antes da crise estão mais propensos a emitir no novo esquema de depósito segurado; e 2) bancos com proporção mais elevada de crédito em relação ao ativo estão mais propensos a emitir sob o novo esquema, embora os resultados sejam menos precisos. Tais resultados são importantes por diversas razões. Primeiramente, estão entre os primeiros resultados empíricos a documentar a relação entre liquidez de mercado (market liquidity) e liquidez na captação (funding liquidity). Em particular, auto-seleção no DPGE permite observar que bancos com mais ativos não líquidos dependem mais de funding liquidity no meio de uma crise. Além disto, a natureza voluntária do programa é interessante per se. Provendo seguro voluntário, embora custoso, os bancos podem optar pelo seguro somente quando não dispõe de outra opção de captação, ou devido à falta de liquidez de mercado dos ativos. Apesar de não realizar uma análise completa de bem estar, o estudo realizado sugere que impor seguros obrigatórios a todos participantes nos momentos de crise pode ser sub-ótimo por duas razões: pelo fato de os bancos que não necessitam serem obrigados a pagar prêmios excessivos, e porque seguros obrigatórios podem induzir a mais risco ex post caso o risco moral em depósitos segurados seja empiricamente relevante.
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