Título: | AVALIAÇÃO DE ATIVIDADE E PERFIL TOXICOLÓGICO DE NOVOS POTENCIAIS COMPOSTOS ATENUADORES DA INTERAÇÃO METAL-PROTEÍNA EM MODELOS BIOLÓGICOS DA DOENÇA DE ALZHEIMER | ||||||||||||
Autor: |
ANNA DE FALCO |
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Colaborador(es): |
NICOLAS ADRIAN REY - Orientador |
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Catalogação: | 28/MAI/2018 | Língua(s): | INGLÊS - ESTADOS UNIDOS |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | ||||||||||
Notas: |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=34021&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=34021&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.34021 | ||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||
A doença de Alzheimer (DA) é atualmente a forma mais comum de
demência. A perda sináptica no nível do sistema neurotransmissor, a presença de
placas amilóides extracelulares e emaranhados neurofibrilares intracelulares são
importantes eventos que diferenciam, no nível celular, a DA dentre outras
demências. Do ponto de vista químico, é bem conhecido que o peptídeo A(beta)
coordena os metais fisiológicos, como Cu e Zn, os quais, no cérebro de pacientes
com DA, estão mal distribuídos e concentrados em placas amilóides. Apesar da
agregação do peptídeo A(beta) ser uma das características mais marcantes da
patogênese da DA, a função das placas extracelulares composta por esse peptídeo
não é totalmente compreendida. A hipótese que a neurotoxicidade de A(beta) é melhor
explicada pela sua forma oligomérica é bastante aceita pela comunidade cientifica.
Há evidências que suportam a ligação entre metais fisiológicos e oligomerização
de A(beta). Os compostos atenuadores de interação metal-proteína (MPACs, do inglês,
Metal-Protein Attenuating Compounds) são uma classe promissora de compostos
para o tratamento da DA que diferem dos agentes quelantes fortes, porque, ao
invés de remover metais sistematicamente, esses corrigem interações anormais
com A(beta), inibindo a oligomerização de A(beta), além de prevenir reações redox que
podem gerar espécies reativas de oxigenio tóxicas. Neste contexto, o presente
trabalho avalia quatro compostos com potencial para atuar como MPAC, a saber,
INHHQ, HPCIH, H2QBS e INHOVA. Entre esses, três (INHHQ, HPCIH e
INHOVA) pertencem à classe química de aroíl-hidrazonas. A estabilidade de cada
composto foi testada durante 30 h em misturas de água/DMSO em diferentes
concentrações, a fim de definir a melhor condição para os estudos biológicos, e
um padrão de estabilidade adequado foi observado para todos os compostos, com
exceção do INHOVA, que se demonstrou muito sensível à hidrólise. INHHQ,
HPCIH e H2QBS foram analisados in vitro para avaliar a capacidades de competir
com A(beta) para Cu e Zn, por análises de RMN (1)H e (1)H x (15)N HSQC: INHHQ e
HPCIH apresentaram perfis de sequestro de metais similares e H2QBS mostrou
uma maior capacidade para a remoção de íons metálicos do A(beta). Estudos celulares
foram realizados a fim de avaliar a citotoxicidade. INHHQ e HPCIH apresentaram
os perfis mais promissores, sugerindo que tais toxicidades sejam relacionadas à
sobre-expressão da proteína precursora amiloide (APP, do inglês: Amyloid
precursor protein). Ambas as substâncias foram avaliadas quanto a sua
capacidade de afetar a rota do APP por meio de análises proteômicas em uma
linha celular que sobre-expressa APP. Os resultados sugeriram a possível
interação dos compostos com as gama-secretases. Foram realizados ensaios de
toxicidade aguda in vivo, não apresentando letalidade em doses de até 200 mg kg(-1)
. Foram avaliados parâmetros bioquímicos, tais como as concentrações de GSH e
Fe, Cu e Zn em cérebro, fígado, coração e rins. Os resultados sugeriram que
H2QBS possui alta capacidade para deslocar os biometais em ratos, quando
administrado em doses elevadas. Estudos de efetividade in vivo foram realizados
para avaliar a capacidade da substância mais promissora, ou seja, INHHQ, de
afetar o comportamento em modelos animais. Para esse propósito, ansiedade e
memória foram avaliadas em camundongos, através dos testes de Labirinto em
Cruz Elevado, Campo Aberto e Reconhecimento de Novo Objeto. Os resultados
indicaram que o tratamento com INHHQ não altera a resposta defensiva
relacionada ao medo/ansiedade e que doses de 10 mg kg(-1) ou maiores induzem
comprometimento cognitivo temporário em camundongos saudáveis. Finalmente,
provou-se que uma dosagem INHHQ inócua de 1 mg kg(-1) evita problemas de
memória a curto e longo prazos induzidos pela infusão de oligômeros de Aβ em
camundongos. Os resultados relatados nesta tese apontam para o INHHQ como
um bom candidato para ensaios pré-clínicos adicionais, como potencial MPAC
para o tratamento da DA.
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