Título: | COMUNICAÇÃO E MUDANÇA EM ORGANIZAÇÕES BRASILEIRAS: DESVENDANDO UM QUADRO DE REFERÊNCIA SOB A ÓTICA DO SUJEITO E DA RECONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES | ||||||||||||
Autor: |
JOSE ROBERTO GOMES DA SILVA |
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Colaborador(es): |
SYLVIA CONSTANT VERGARA - Orientador |
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Catalogação: | 20/JUN/2002 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | ||||||||||
Notas: |
[pt] Todos os dados constantes dos documentos são de inteira responsabilidade de seus autores. Os dados utilizados nas descrições dos documentos estão em conformidade com os sistemas da administração da PUC-Rio. [en] All data contained in the documents are the sole responsibility of the authors. The data used in the descriptions of the documents are in conformity with the systems of the administration of PUC-Rio. |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=2706&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=2706&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.2706 | ||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||
Um dos grandes focos da literatura atual em Gestão tem
sido
a identificação de caminhos para a implementação eficaz
de
mudanças organizacionais. Diante das dificuldades que as
organizações encontram em lidar com a gestão de mudanças
freqüentes e intensas, diversos autores têm se empenhado
na
busca pela descoberta dos fatores que afetam a
possibilidade de sucesso nos processos de transição.
Entre
tais fatores, a comunicação tem sido apontada como aquele
que mais pode contribuir ou criar dificuldades para o
engajamento das pessoas ou, como alguns preferem afirmar,
para a redução de suas resistências. O que se observa,
entretanto, é que, em grande parte desses textos,
prevalece
ainda um conceito de comunicação como um mero instrumento
para a divulgação das intenções institucionais e para
elevar o nível de compreensão das pessoas com relação aos
objetivos das mudanças projetadas. Essa visão
instrumental, inspirada em um modelo balístico de
comunicação (Giordano, 1998), tem sido muitas vezes
acompanhada de uma crença de que as resistências humanas
são o maior obstáculo a ser vencido pela organização no
processo. A tese aqui defendida é a de que esta é uma
visão
simplista, que não dá conta da complexidade do processo
de
mudança nas organizações. Assim, o presente trabalho
procura modificar essa forma de abordar a problemática
que
envolve a mudança, a comunicação organizacional e as
pessoas, adotando um enfoque interpretativo (Giordano,
1998) para a análise da comunicação. O pressuposto básico
é
o de que a comunicação é a arena na qual as pessoas e a
própria organização podem criar sentido e reconstruir as
suas identidades (Ford e Ford, 1995; Giddens, 1984;
Taylor,
1993; Weick, 1995), bem como os indivíduos têm a chance
de
tornarem-se sujeitos na mudança (Olivier, 1995).
Utilizando-
se a metáfora do texto e da conversação proposta por
Taylor
(1993), construiu-se, então, um quadro referencial sobre
os
diversos aspectos que caracterizam a comunicação
organizacional multidirecional, para responder a seguinte
questão: de que modo os aspectos relativos à comunicação
afetam os processos de subjetivação, de criação de
sentido
e de reconstrução das identidades das pessoas que
participam das mudanças organizacionais? O quadro
privilegia três dimensões: os indivíduos e suas
identidades; as percepções sobre o contexto; as relações
com as outras identidades presentes na organização.
Com base no quadro mencionado, foi realizada pesquisa em
cinco importantes organizações que atuam em diferentes
ramos de atividades no Brasil e que vivem momentos de
intensas mudanças. A partir dos resultados obtidos por
meio
de entrevistas semi-abertas realizadas com 75 pessoas do
conjunto dessas organizações, no período compreendido
entre
maio e dezembro de 2000, foi possível concluir que os
processos de subjetivação, de criação de sentido e de
reconstrução das identidades das pessoas, no contexto de
mudanças, estão fortemente ligados, entre outros
aspectos:
ao nível de clareza com que os indivíduos percebem as
definições quanto ao conteúdo e às prováveis implicações
das
mudanças; ao modo como as pessoas percebem que as
mudanças
afetam a identidade, o papel social, a ideologia e as
chances de sucesso da organização; ao modo como os
indivíduos percebem que a mudança afeta as suas
identidades
pessoais e sociais; à história do relacionamento entre a
instituição e os indivíduos, sobretudo em termos da
confiança e do respeito mútuos; ao modo e à intensidade
com
que a organização cria oportunidades para que as pessoas
possam fazer uso da palavra; às políticas e práticas de
gestão de pessoas e aos recursos disponibilizados pela
organização para que os indivíduos possam desenvolver o
seu
perfil pessoal e profissional, de modo a que percebam ter
chances de sucesso no novo contexto; ao nível de
igualdade
de condições oferecidas aos diferentes atores no
processo;
à ênfase e ao modo como a organização cria oportunidades para que as pessoas possam
reconstruir o seu espaço de convivência e solidariedade.
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