Título: | RESTRIÇÃO OU QUALIFICAÇÃO?: UMA INVESTIGAÇÃO ESTRUTURAL SOBRE AS INTERPRETAÇÕES DA RESPOSTA DE ARISTÓTELES AO PROBLEMA DOS FUTUROS CONTINGENTES | ||||||||||||
Autor: |
FERNANDA LOBO AFFONSO FERNANDES |
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Colaborador(es): |
LUIZ CARLOS PINHEIRO DIAS PEREIRA - Orientador |
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Catalogação: | 30/MAR/2016 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | ||||||||||
Notas: |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=26063&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=26063&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.26063 | ||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||
O capítulo 9 de De Interpretatione é considerado um dos textos mais
polêmicos não só do corpus aristotelicum, mas de toda a filosofia. Nele
Aristóteles descreve um argumento, supostamente lógico, envolvendo o que viria
a ser conhecido como o princípio de bivalência a partir de Łukasiewicz, a saber, o
princípio segundo o qual todo enunciado declarativo é verdadeiro ou falso. Não
podendo aceitar suas consequências desastrosas (relacionadas às doutrinas do
determinismo e do fatalismo) na esfera da metafísica e da moral, Aristóteles
rejeita esse argumento. Tal problema ficou conhecido pela tradição como o
problema dos futuros contingentes . Dado o estilo sucinto do texto, ainda são
objeto de especulação: (i) qual teria sido a estratégia usada por Aristóteles em sua
resposta, (ii) qual seria o argumento ao qual ele se dirige no capítulo, e (iii) sobre
que tipo de problema trataria o capítulo. O presente estudo trata de questões
relacionadas a (i) e (iii). Quanto a (iii), defenderemos que, apesar das implicações
metafísicas do argumento rejeitado por Aristóteles, o cerne do capítulo 9 seria um
problema de natureza lógico-semântica, e que por isso seriam infundadas as
alegações de que esse capítulo constituiria um corpo estranho ao De
Interpretatione. Sobre (i), dentre as diversas propostas de interpretação, há duas
que se destacam: uma delas, considerada a mais antiga ou tradicional , baseia
a resposta de Aristóteles na restrição da validade do princípio da bivalência,
enquanto a outra, considerada a segunda mais antiga , defende que Aristóteles
teria mantido a validade irrestrita de bivalência mediante uma qualificação desse
princípio. Após discutirmos os principais aspectos e dificuldades dessas duas
interpretações, bem como analisarmos seus casos paradigmáticos, apresentamos
nossa proposta de solução para o problema do capítulo 9 de De Interpretatione.
Nossa proposta está baseada em uma compreensão não verofuncional da
disjunção, de modo a preservar a validade irrestrita do terceiro excluído. Podemos
considerar nossa proposta como uma forma de tornar real o que é considerado por
Quine como sendo a fantasia de Aristóteles.
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