Este trabalho tem como objetivo investigar as relações históricas entre o ensino de Música e o ensino Secundário na Corte do Rio de Janeiro, tendo como elemento central a sua constante presença entre as aulas do Imperial Colégio de Pedro II, no século XIX. Para tanto, procura-se analisar a importância simbólica e política da Música na constituição de uma imagem culta e civilizada do Império do Brasil, sobretudo, da boa sociedade na Corte do Rio de Janeiro; a trajetória dos primeiros Mestres de Música do colégio; e as características e o lugar ocupado por suas aulas entre 1838, ano de sua inauguração e 1858, quando seu principal professor deixa o CPII, após a reforma do Regulamento, em 1855, que redefine bruscamente o espaço de sua importância. O corpo documental construído para o trabalho é composto, além das memórias publicadas sobre o colégio, de periódicos e documentos oficiais, tais como: notícias e artigos da imprensa, notas de compra, Quadro de Horários e número de lições, Mapas de Faltas dos professores e o Livro de assentamento dos funcionários do colégio. A metodologia utilizada é a análise qualitativa dos documentos, referenciada pela linha de pesquisa da História Cultural e, especificamente, da História das disciplinas escolares e da História da profissão docente.