Título: | UM PAPEL PARA A LÍNGUA NO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES COGNITIVAS SUPERIORES: O TRAÇO DE PONTO DE VISTA EM ESTRUTURAS COMPLETIVAS E O DOMÍNIO DE CRENÇAS FALSAS | ||||||||||||
Autor: |
CLARA NOVOA GONCALVES VILLARINHO |
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Colaborador(es): |
LETICIA MARIA SICURO CORREA - Orientador MARINA ROSA ANA AUGUSTO - Coorientador |
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Catalogação: | 14/AGO/2013 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | ||||||||||
Notas: |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=21874&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=21874&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.21874 | ||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||
Nesta tese, investiga-se a hipótese de que a aquisição de um traço sintático
de Ponto de Vista (PoV) e sua codificação em CPs de orações completivas
subcategorizadas por verbos de crença seja condição necessária para o
desenvolvimento pleno de Teoria da Mente (TM), caracterizado pelo domínio da
habilidade de raciocinar e prever ações de indivíduos que possuem uma Crença
Falsa (CF), atingido por crianças aproximadamente aos quatro anos de idade (cf.
DE VILLIERS E DE VILLIERS, 2009) (doravante, Hipótese PoV-CF).
Especificamente, esta pesquisa visou a: averiguar em que medida a HPoV-CF
pode ser sustentada; avaliar a possibilidade de se incorporar um traço PoV a um
modelo online de computação sintática baseado nos pressupostos minimalistas
(CORRÊA E AUGUSTO, 2007; 2011); e caracterizar o processo de aquisição do
conhecimento relativo a esse traço à luz de uma teoria procedimental de aquisição
da linguagem (CORRÊA, 2009). São apresentadas três possíveis análises de PoV
codificado como traço formal ou semântico em completivas. Argumenta-se que,
independentemente da caracterização desse traço, a aquisição do conhecimento
que este representa dependeria inevitavelmente de um bootstrapping semântico, o
que pressupõe a habilidade cognitiva de distinguir pontos de vista. No que
concerne à investigação empírica, oito experimentos foram conduzidos. Os
experimentos 1 a 6 visavam a investigar a habilidade de crianças de 3;3-3;5 anos
em lidar com diferentes demandas requeridas à realização das tarefas tradicionais
de CF e de Memória para Complementos (cujos resultados corroboram a HPoVCF),
como a habilidade em lidar com interrogativas QU de objeto, a factividade
de verbos mentais e factualidade. Foi também investigada a habilidade dessas
crianças em lidar com tarefas linguísticas que incluem uma situação de CF. No
Experimento 7, foi avaliada a habilidade das crianças em atribuir valores-verdade
a completivas e a ambas as orações da sentença complexa. No experimento 8, o
papel da recursividade linguística para o raciocínio sobre CFs de primeira e
segunda ordem foi investigado, com crianças de 6;2 anos. De um modo geral, os
resultados sugerem que i) as crianças não dominam demandas inerentes às tarefas
tradicionais, indicando que seu insucesso nessas tarefas pode não refletir uma
dificuldade em lidar com completivas ou com CFs; ii) as crianças atribuem
corretamente valores-verdade a completivas, embora a atribuição de valor-verdade
à oração principal (sentença completa) independentemente do valor da completiva
seja mais custosa; iii) o raciocínio de CFs de primeira e segunda ordem pode ser
conduzido por meio de estruturas não recursivas, embora estruturas recursivas
pareçam facilitá-lo. Tendo-se em vista os resultados obtidos e à luz do possível
processo de aquisição assumido, considera-se que a HPoV-CF não pode ser
sustentada. Habilidades metacognitivas parecem ser requeridas para que a criança
ignore o valor-verdade da completiva ao atribuir um valor-verdade à sentença
completa. Argumenta-se que um possível papel para as completivas no
desenvolvimento de TM seria o de prover uma representação que pode ser usada
como recurso para facilitar (não sustentar) o raciocínio sobre CFs.
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