Título: | NARRATIVAS DE DESLOCAMENTO DE ESTUDANTES DE INTERCÂMBIO NO INTERIOR DE MINAS GERAIS: CONSTRUÇÕES IDENTITÁRIAS DE ENTRE-LUGAR SOCIOCULTURAL | |||||||
Autor: |
FERNANDA HENRIQUES DIAS |
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Colaborador(es): |
MARIA DAS GRACAS DIAS PEREIRA - Orientador |
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Catalogação: | 26/OUT/2012 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | |||||
Notas: |
[pt] Todos os dados constantes dos documentos são de inteira responsabilidade de seus autores. Os dados utilizados nas descrições dos documentos estão em conformidade com os sistemas da administração da PUC-Rio. [en] All data contained in the documents are the sole responsibility of the authors. The data used in the descriptions of the documents are in conformity with the systems of the administration of PUC-Rio. |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=20627&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=20627&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.20627 | |||||||
Resumo: | ||||||||
A pesquisa tem como foco a análise de narrativas de deslocamento de
estudantes que participam de um programa de intercâmbio internacional, em
cidades mineiras de pequeno ou médio porte. O programa traz para o Brasil
estudantes de ensino médio, de diferentes nacionalidades, e envia jovens
brasileiros para outros países, com o objetivo de conviverem com pessoas de outra
cultura pelo período de um ano. Os objetivos do presente estudo consistem em
mostrar: i) a natureza das narrativas co-construídas nas entrevistas de pesquisa,
com contagem e recontagem de experiências coletivas e individuais nos processos
de deslocamentos; ii) as construções identitárias do eu e do outro, em
posicionamentos junto às famílias, à escola, ao aprendizado da língua portuguesa,
especialmente nos entre-lugares culturais, envolvendo a decisão de participar do
intercâmbio, a viagem e a chegada; a convivência e a comunicação cotidiana com
brasileiros nas cidades de residência e viagens pelo Brasil; o retorno aos seus
países e a recepção por familiares e amigos. A abordagem teórica busca articular
narrativas de deslocamento, no âmbito da Teoria da Narrativa, com os entrelugares
socioculturais. Narrativas de deslocamento envolvem orientação em
mundos sociais, práticas de deslocamento e de espacialização, e deslocamentos
institucionais; são articuladas na ordem da interação, junto a grandes e pequenas
narrativas. Os entre-lugares culturais marcam limites entre nós e eles, e novas
formas de sociabilidade e fluidez nas relações sociais. A natureza metodológica da
pesquisa é de ordem qualitativa e interpretativa. Foram feitas entrevistas de base
etnometodológica e sociolingüística, em grupo e individuais; face-a-face e
mediadas por computador com digitação e recurso de voz; em processo
longitudinal; com seis intercambistas - dois norte-americanos, um dinamarquês,
duas belgas e um mexicano - que viveram em Minas Gerais, entre 2007 e 2008.
Os dados construídos são complexos, já que as entrevistas envolveram alternância
de código, com uso do inglês, emprego de duas línguas – inglês/português,
espanhol/português –, e utilização do português. A transcrição buscou dar conta
das alternâncias. Na análise dos dados, destacam-se as relações entre pequenas e
grandes narrativas, co-construídas em entrevistas de grupo e individuais, nos
processos de deslocamentos. Os posicionamentos construídos nas entrevistas de
grupo são retomados pela pesquisadora-entrevistadora nas entrevistas individuais,
como forma de explorar pontos anteriores e provocar avaliações dos participantes.
Os estudantes posicionam-se, inicialmente, como membros estabelecidos em suas
culturas e outsiders em relação ao Brasil, e apresentam estereótipos negativos. No
decorrer do intercâmbio, há um posicionamento de entre-lugar cultural, indicador
de adaptação à vida e cultura brasileiras. Os estereótipos, embora mantidos, não
são feitos no binômio superior-inferior, mas em relação de igualdade, com
mudança na percepção social. O aqui e o lá, construídos nas narrativas,
demonstram a oposição entre estabelecidos e outsiders, em relação à
convivência com as famílias, à participação na escola, às práticas cotidianas, com
dificuldades em estabelecer laços de amizade e comunicação em português.
Indaga-se em que medida os participantes atingem o objetivo do programa do
intercâmbio cultural de convivência e aprendizado de uma outra cultura.
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