A dissertação parte do desejo de investigar a proposta da crítica da paz liberal de transcendência da lógica liberal nas operações de peacebuilding. Iniciar essa discussão demanda uma especulação sobre as articulações discursivas que permitiram a construção de uma interpretação de paz em torno de normas e princípios reconhecidos no discurso liberal, bem como de noções particulares de institucionalização, democratização e liberalização. A partir desta análise, a pesquisa volta-se para um estudo das narrativas críticas que denunciam a disseminação pelas Nações Unidas de uma receita para a paz baseada em valores hegemônicos e universalizantes, que culmina na construção, por meio das operações de peacebuilding, de uma ordem vazia de significado para a sociedade pós-conflito. Uma vez esclarecido os principais pontos da perspectiva crítica da paz liberal, examina-se a possibilidade de transcendência da paz liberal em prol de uma paz pós-liberal e procura-se demonstrar os paradoxos inerentes à proposta crítica da paz liberal.