O presente trabalho trata da influência do cobrimento da armadura longitudinal sobre a resistência de aderência em regiões de emenda por traspasse de elementos de concreto armado comprimidos. Neste estudo foram ensaiados dezoito pilares de concreto armado com seção transversal de 200 mm x 150 mm e comprimento de 1100 mm, com armadura longitudinal composta de barras de aço CA-50 com diâmetro nominal de 12,5 mm e estribos de 5 mm. O arranjo da armadura longitudinal definiu três séries de pilares, sendo a Série 1 composta por seis pilares com a armadura longitudinal contínua, e as Séries 2 e 3 cada uma composta por seis pilares com a armadura longitudinal, tendo uma emenda por traspasse localizada na região da metade da altura do pilar de 470 cm e 235 mm de comprimento, respectivamente. Os ensaios consistiram na aplicação de uma força de compressão com uma excentricidade de 20 mm, sendo tal excentricidade aplicada apenas na direção da menor dimensão da seção transversal. Para os seis pilares de cada série o cobrimento da armadura longitudinal variou de 25 mm até que a metade do diâmetro da barra longitudinal ficasse exposta. Os resultados obtidos indicam que a influência do cobrimento sobre a capacidade do pilar resistir às solicitações torna-se visível quando a relação da espessura do cobrimento c e do diâmetro da barra fi é inferior a 0,4. Para pilares com barras emendadas por traspasse e com armadura exposta até a metade de seu diâmetro, a aderência na zona da emenda foi substancialmente afetada, provocando a ruptura do pilar sob forças inferiores às alcançadas em pilares com cobrimento adequado.