A partir do arcabouço conceitual produzido pelas teorias relativas aos trabalhos de face e ao desempenho de equipes, especialmente, Goffman (1967 e 1985) e Brown e Levinson (1987), objetiva-se explicar lingüisticamente as críticas identificadas como Fogo amigo durante o Governo Lula. O corpus se constitui dos principais episódios de fogo amigo envolvendo os ministros do governo Lula, figuras expoentes do Partido dos Trabalhadores (PT) e de partidos da base aliada, divulgados pela mídia impressa entre janeiro de 2003 e abril de 2006. Os resultados sugerem que o fogo amigo é um tipo de ato de ameaça à face apresentando especificidades que o distinguem de outros atos de desaprovação, como críticas e discordâncias. Sugerem também que uma nova variável - a lealdade à equipe - deve ser considerada para explicar as opções de estratégias para realização desse tipo de ato.