O objetivo deste trabalho é evidenciar as interpretações teológicas mais expressivas sobre a Descida de Cristo à mansão dos mortos (vitória, pregação e solidariedade). Com os principais elementos contidos na reflexão teológica deste artigo de fé, tentaremos apresentar a descida de Cristo aos infernos como um modelo para a atuação e práxis libertadora da Igreja, mostrando como um antigo artigo de fé pode ser traduzido, de modo a fazer sentido para o fiel do séc. XXI. Assim sendo, se Cristo desceu aos infernos, Ele desce até a nossa realidade e aos nossos desafios sociais. Por analogia poderíamos dizer que aquilo que seria mansão dos mortos como Sheol, Hades, Inferos e Refaim, Cristo também teria descido a nossa condição humana, muitas vezes desprovida de esperança, invisível socialmente ou incapaz de agir por um sistema de opressão. A atuação da Igreja seria a mesma daquela promovida por Cristo quando pregou levando uma nova oportunidade de salvação na morada dos mortos ou quando o Cristo se fez solidário de corpo e alma para que toda a obra criada pudesse participar da graça de Deus. É a tentativa em dar uma práxis eclesial a partir das interpretações cristológicas e soteriológicas sobre o Descensus, fazendo com que a descida de Cristo à morada dos mortos se insira dentro do contexto latino-americano.