Título: | ONDE ESTÁ VOCÊ AGORA ALÉM DE AQUI, DENTRO DE MIM?: O LUTO DAS MÃES DE CRIANÇAS DESAPARECIDAS | |||||||
Autor: |
SANDRA RODRIGUES DE OLIVEIRA |
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Colaborador(es): |
TEREZINHA FERES CARNEIRO - Orientador |
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Catalogação: | 08/AGO/2008 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | |||||
Notas: |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=12034&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=12034&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.12034 | |||||||
Resumo: | ||||||||
O desaparecimento de pessoas é um fenômeno complexo que
suscita sentimentos ambíguos, tais como
esperança/desesperança, tristeza, culpa, raiva e impotência.
O presente estudo teve como objetivo investigar o impacto do
desaparecimento de um filho, sob circunstâncias
desconhecidas, a partir da ótica das mães. Participaram da
pesquisa 11 mães com filhos desaparecidos misteriosamente,
no estado do Rio de Janeiro, entre os anos de 2002 e 2005.
As crianças tinham entre 11 meses e 11 anos na ocasião do
desaparecimento. Foram realizadas entrevistas
semi-estruturadas e, a partir da técnica de
análise de conteúdo, os dados foram agrupados em 4
categorias, assim nomeadas: 1)impacto do desaparecimento; 2)
relacionamento com marido/companheiro/namorado/pai
da criança; 3) relacionamento com outros filhos; 4)
enfrentando o desaparecimento: facilitadores e
complicadores. Constatou-se que, diante do desaparecimento
súbito e misterioso de seus filhos, todas as participantes
apresentaram inicialmente reações de negação, choque,
entorpecimento, desespero e medo. Após o choque inicial,
foram citadas reações de ansiedade e sentimentos de culpa,
impotência, descrença, tristeza e raiva, em contraposição a
sentimentos de esperança, fé, determinação e certeza do
reencontro com o filho desaparecido. As entrevistadas também
se sentiram desamparadas por seus maridos/companheiros
atuais, pois esperavam que estes expressassem seu luto
da mesma forma que elas, considerando-os inadequados e
negligentes por não o fazerem. Na relação com os outros
filhos, nota-se que, se por um lado algumas mães tornaram-se
superprotetoras, há casos nos quais estas passaram a
negligenciá-los. Conclui-se, por fim, que, para estas mães,
fatores como a falta de certezas sobre como e onde está o
filho, a inexistência de rituais, o prolongamento indefinido
da situação e o julgamento de outras pessoas (especialmente
de outras mães) podem contribuir negativamente para o
processo de elaboração da perda. Por outro lado, a formação
de grupos com mães de crianças desaparecidas e a
possibilidade de compartilhar sentimentos apresenta-se como
um importante recurso para a reestruturação e reorganização
destas mulheres.
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