A crescente demanda por fontes alternativas e sustentáveis de energia e a necessidade de mitigação de impactos ambientais têm impulsionado o desenvolvimento da indústria eólica offshore. No entanto, sua implementação não é isenta de riscos e impactos decorrentes, sendo necessária a compreensão e o seu gerenciamento para que medidas sejam tomadas no âmbito de mitigá-los. Com a crescente disseminação do termo sustentabilidade, o conceito triple-bottom-line (TBL) surge buscando equilibrar os interesses econômicos de uma indústria com sua responsabilidade socioambiental. Isso tornou a compreensão e identificação desses impactos mais complexas, pois, além das diferentes interpretações por parte dos stakeholders, alguns impactos podem assumir múltiplos papéis dependendo da perspectiva adotada. Logo, esse estudo tem como objetivo identificar através da perspectiva do TBL, os impactos ambientais, sociais e econômicos da indústria eólica offshore. Três abordagens metodológicas são empregadas no processo, sendo a etapa inicial uma revisão sistemática da literatura, seguida pela modelagem conceitual fundamentada em ontologias, mais precisamente a COVeR e, por último, a validação dos impactos levantados na revisão com 11 especialistas da área. A pesquisa identificou 28 impactos e os segmentou ao longo das etapas do ciclo de vida de um projeto de energia eólica offshore, e nas perspectivas do tripé da sustentabilidade. Os principais impactos ambientais levantados incluem a criação de recifes artificiais, mudanças na biodiversidade, poluição sonora subaquática, geração de campos eletromagnéticos e contaminação do oceano. No âmbito social e econômico, destacam-se a restrição da atividade pesqueira, o impacto sobre o turismo, a criação de empregos e os desafios na aceitação social dessas infraestruturas. As etapas do ciclo de vida mais impactadas são a de instalação e a de operação e manutenção. De todo modo, este estudo oferece uma base sólida para futuras pesquisas, especialmente no que se refere ao aprimoramento da gestão de riscos na cadeia de suprimentos e no suporte a tomadas de decisão, viabilizando o ranqueamento dos impactos mais relevantes. Além disso, os resultados podem orientar a formulação de políticas públicas e apoiar projetos incipientes que visem a transição energética e sustentabilidade, garantindo um desenvolvimento mais consciente do setor eólico offshore.