[pt] RIO STICKERS, POR TRÁS DO VERSO DA PLACA: ADESIVOS AFIXADOS ENTRE ARROBAS E RUAS

[en] RIO STICKERS: BEHIND THE SIGN S FLIPSIDE - AFFIXED BETWEEN DIGITAL TAGS AND STREETS

[pt] ALBERTO PEREIRA NOGUEIRA JUNIOR

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[pt] Esta pesquisa tem o propósito de analisar a manifestação dos adesivos de rua por meio de um agrupamento de fazedores intitulado Rio Stickers, considerando o panorama histórico, as influências, experiências e processos no âmbito da comunicação e das juventudes. O sticker é resultante de um processo que se constrói no atravessamento entre os campos da Arte, da Comunicação e do Design, com a proliferação de sua materialidade através de imagens coladas nas ruas em ampla reprodutibilidade. Conduz-se para além do espaço urbano ao utilizar também as redes sociais como meio expositivo. Como metodologia principal para a compreensão das razões que o levam a transitar entre diferentes meios, nos últimos dois anos e meio esta pesquisa conduziu um estudo etnográfico que, por meio de entrevistas, questionários, saídas em campo e observação participante, acompanhou processos artísticos, eventos, linguagens, códigos e mudanças às quais tanto o grupo quanto o objeto estiveram sujeitos a partir das ações na rua, nas redes e nos encontros presenciais em grupo. Nesse sentido, a hipótese é de que o objeto sticker, que se constituiu inicialmente como um material autocolante para solução comunicacional e mercadológica, ganha novos contornos ao acessar o campo simbólico da arte, sobretudo no campo da arte de rua. Tal prática se estabelece como um ponto de encontro entre todas as vertentes artísticas advindas da rua, tais como o graffiti, o lambe-lambe e a pichação, promovendo uma ponte entre técnicas e gerações ao longo das últimas quatro décadas de manifestações urbanas a partir da chegada do movimento hip-hop no Brasil. Para tanto, tais abordagens encontram respostas e questionamentos a partir dos estudos da socialização da obra de arte na cidade a partir de Abraham Moles e Néstor García Canclini; na Sociologia do Desvio, proposta por Howard Becker; na ampliação do termo “jovem” enquanto um processo dinâmico e descontínuo proposto por Rossana Reguillo, assim como nas reflexões sobre territorialização e desterritorialização apresentadas por Jesús Martín-Barbero; até chegarmos nas relações entre estrutura, agência, cultura e história propostas por Marshall Sahlins, com impacto na criação de ferramentas, gambiarras e tecnicidade, a partir das análises propostas por Fernanda Bruno. Este material tem por objetivo contribuir com estudos prévios e, embora escassos, que também reconhecem a agência, força e amplitude do objeto colante no ambiente urbano, integrando pesquisas anteriormente realizadas por Sergio Miguel Franco (2009), Luiz Navarro (2010), Luciana Jorge Rodrigues (2010), Diogo Andrade Bornhausen (2011), que assim como este material nos convidam a pensar as relações da prática do sticker e das artes urbanas com a comunicação, cidade, consumo, estilo de vida, juventude, tecnologia, publicidade, o público passante, os sistemas de arte e as formas contemporâneas de participação sociopolítica que permeiam o tema. Ao demarcar o espaço urbano, tal proposta artística expande a experiência do habitar a cidade para outros públicos e espacialidades, encontrando sobrevida e desdobramentos também a partir do ambiente virtual, reunindo novos fazedores, propondo um entendimento expandido das juventudes e retomando ao seu aspecto comunicacional e mercadológico a partir de uma estratégia não planejada, fluida e desviante.

[en] This research aims to analyze street sticker manifestations through the collective Rio Stickers, examining historical contexts, influences, experiences, and communicative processes within youth cultures. Stickers emerge from intersections between Art, Communication, and Design, proliferating as material objects through widely reproducible images pasted on streets. Their reach extends beyond urban spaces into social media as exhibition platforms. Over the past two and a half years, an ethnographic study—employing interviews, questionnaires, fieldwork, and participant observation—tracked artistic processes, events, linguistic codes, and transformations affecting both the group and the medium across streets, digital networks, and in-person gatherings. The central hypothesis contends that stickers, initially conceived as self-adhesive solutions for communication and marketing, acquire new dimensions by entering street art s symbolic realm. This practice bridges all street-born artistic expressions—graffiti, lambe-lambes, and tagging— connecting techniques and generations throughout four decades of urban movements since hip-hop s arrival in Brazil. The analysis engages Abraham Moles and Néstor García Canclini s studies on art socialization in cities; Howard Becker s Sociology of Deviance; Rossana Reguillo s conceptualization of youth as a dynamic, discontinuous process; Jesús Martín-Barbero s reflections on agency, culture, and history—culminating in Fernanda Bruno s examinations of technical improvisation (gambiarras). Building upon prior scarce yet significant research (Franco, 2009; Navarro, 2010; Rodrigues, 2010; Bornhausen, 2011), this work contributes to scholarship recognizing stickers agency in urban ecosystems, intersecting with communication, city life, consumption, youth identity, technology, and socio-political participation. By demarcating urban space, sticker art expands city-dwelling experiences for diverse audiences, gaining vitality in digital environments while fluidly reclaiming its communicative and commercial origins through unplanned, deviant strategies.

CLAUDIA DA SILVA PEREIRA

CLAUDIA DA SILVA PEREIRA

GABRIEL CHAVARRY NEIVA

ANA PAULA PEREIRA DA GAMA ALVES RIBEIRO

2025-12-01

2025-09-25

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PORTUGUÊS

https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=74396@1

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https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.74396