Título
[es] MUJERES Y RESIDUOS: LA DIVISIÓN RACIAL, SOCIAL Y SEXUAL DEL TRABAJO EN EL CONTEXTO JARDIM GRAMACHO
Título
[pt] MULHERES E RESÍDUOS: A DIVISÃO RACIAL, SOCIAL E SEXUAL DO TRABALHO NO CONTEXTO DE JARDIM GRAMACHO
Autor
[pt] BARBARA OLIVEIRA DE MORAIS
Vocabulário
[pt] JARDIM GRAMACHO
Vocabulário
[pt] CATACAO DE MATERIAIS RECICLAVEIS
Vocabulário
[pt] TRABALHO FEMININO
Vocabulário
[pt] INTERSECCIONALIDADE
Vocabulário
[es] JARDIM GRAMACHO
Vocabulário
[es] RECOGIDA DE BASURAS
Vocabulário
[es] TRABAJO FEMININO
Vocabulário
[es] INTERSECCIONALIDAD
Resumo
[pt] Esta tese investiga de que maneira as condições locais e as dinâmicas
socioambientais presentes no território de Jardim Gramacho impõem desafios
específicos às mulheres, sejam elas negras ou não-negras, que desempenham
atividades de catação de materiais recicláveis. Nesse contexto, são destacadas as
diversas formas de opressão que recaem sobre seus corpos e trajetórias. A pesquisa
adota uma abordagem interseccional, decolonial e crítica, fundamentada no
materialismo histórico-dialético, para examinar como a divisão racial, sexual e
social do trabalho estrutura a precarização vivenciada por essas trabalhadoras, a
partir da articulação entre raça, gênero, classe, geração e território. A investigação
fundamenta-se em um referencial teórico que discute o legado do colonialismo e da
escravização, a colonialidade do poder, do saber e do ser, além do racismo estrutural
que ainda regula o acesso a direitos e oportunidades no Brasil. Por meio de pesquisa
qualitativa, foram realizadas entrevistas com 13 catadoras e ex-catadoras que
atuaram entre as décadas de 1970 e 2024, além de entrevistas com profissionais do
CRAS, da Unidade de Saúde da Família (USF) e do Fórum Comunitário de Jardim
Gramacho (FCJG). O objetivo foi investigar como é ser mulher e catadora em no
território investigado, além de verificar as barreiras enfrentadas no acesso a
equipamentos públicos. A análise dos dados foi realizada utilizando a Análise de
Conteúdo Temática de Bardin (2016). O estudo reconhece o território como um
elemento central na produção das desigualdades e nas formas de resistência. Jardim
Gramacho, historicamente designado como território do lixo, é ressignificado
pelas catadoras como um espaço de luta, pertencimento e sobrevivência. A pesquisa
revela que essas mulheres, em sua maioria negras, chefas de família e com múltiplas
responsabilidades, constroem trajetórias únicas permeadas por estigmas, mas
também por afetos, redes de solidariedade e saberes coletivos. Identificou-se que as
formas de resistência, os enfrentamentos e as lutas que protagonizam ora se
entrelaçam, ora se distanciam, influenciados por fatores como idade, tempo de
atuação na catação, redes de apoio, condições familiares e acesso as políticas
públicas. Reconhecer essa pluralidade foi essencial para compreendermos como as
lutas dessas mulheres não se deu de maneira única ou linear, mas sim em múltiplas
camadas, moldadas por suas vivências individuais e coletivas. Buscou-se contribuir
nas discussões acerca da justiça socioambiental ao evidenciar que, mesmo em
condições adversas, as catadoras não se configuram apenas como vítimas da
inclusão precária, mas como sujeitos históricos que constroem resistências
cotidianas, mesmo em espaço vistos como descartáveis.
Resumo
[es] Esta tesis investiga de qué manera las condiciones locales y las dinámicas
socioambientales presentes en el territorio de Jardim Gramacho imponen desafíos
específicos a las mujeres, sean negras o no negras, que desempeñan actividades de
recolección de materiales reciclables. En este contexto, se destacan las diversas
formas de opresión que recaen sobre sus cuerpos y trayectorias. La investigación
adopta un enfoque interseccional, decolonial y crítico, fundamentado en el
materialismo histórico-dialéctico, para examinar cómo la división racial, sexual y
social del trabajo estructura la precarización vivida por estas trabajadoras, a partir
de la articulación entre raza, género, clase, generación y territorio. La investigación
se basa en un marco teórico que discute el legado del colonialismo y la
esclavización, la colonialidad del poder, del saber y del ser, además del racismo
estructural que aún regula el acceso a derechos y oportunidades en Brasil. A través
de una investigación cualitativa, se realizaron entrevistas con 13 recolectoras y ex
recolectoras que actuaron entre las décadas de 1970 y 2024, además de entrevistas
con profesionales del CRAS, de la Unidad de Salud de la Familia (USF) y del Foro
Comunitario de Jardim Gramacho (FCJG). El objetivo fue investigar cómo es ser
mujer y recolectora en el territorio analizado, además de identificar las barreras
enfrentadas en el acceso a los servicios públicos. El análisis de los datos se realizó
utilizando el Análisis de Contenido Temático de Bardin (2016). El estudio reconoce
el territorio como un elemento central en la producción de desigualdades y en las
formas de resistencia. Jardim Gramacho, históricamente designado como territorio
de basura, es resignificado por las recolectoras como un espacio de lucha,
pertenencia y supervivencia. La investigación revela que estas mujeres, en su
mayoría negras, jefas de hogar y con múltiples responsabilidades, construyen
trayectorias únicas atravesadas por estigmas, pero también por afectos, redes de
solidaridad y saberes colectivos. Se identificó que las formas de resistencia, los
enfrentamientos y las luchas que protagonizan a veces se entrelazan y otras veces
se distancian, influenciadas por factores como la edad, el tiempo de actuación en la
recolección, las redes de apoyo, las condiciones familiares y el acceso a las políticas
públicas. Reconocer esta pluralidad fue esencial para comprender que las luchas de
estas mujeres no se dan de forma única o lineal, sino en múltiples capas, moldeadas
por sus vivencias individuales y colectivas. Se buscó contribuir a las discusiones
sobre la justicia socioambiental al evidenciar que, incluso en condiciones adversas,
las recolectoras no se configuran únicamente como víctimas de una inclusión
precaria, sino como sujetos históricos que construyen resistencias cotidianas,
incluso en espacios considerados desechables.
Orientador(es)
VALERIA PEREIRA BASTOS
Banca
VALERIA PEREIRA BASTOS
Banca
VIRGINIA TOTTI GUIMARAES
Banca
NILZA ROGERIA DE ANDRADE NUNES
Banca
MAGALI DA SILVA ALMEIDA
Banca
MARIA RAIMUNDA PENHA SOARES
Catalogação
2025-06-23
Apresentação
2025-05-12
Tipo
[pt] TEXTO
Formato
application/pdf
Idioma(s)
PORTUGUÊS
Referência [pt]
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=71158@1
Referência [es]
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=71158@4
Referência DOI
https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.71158
Arquivos do conteúdo
NA ÍNTEGRA PDF