[en] DANGEROUS SOLIDARITIES: RETHINKING THE CONCEPT OF SOLIDARITY

[pt] SOLIDARIEDADES PERIGOSAS: REPENSANDO O CONCEITO DE SOLIDARIEDADE

[pt] LEONARDO MENDONCA VENTURA

[pt] RESISTENCIA

[pt] SOLIDARIEDADE

[pt] RELACAO INTERNACIONAL

[en] RESISTANCE

[en] SOLIDARITY

[en] INTERNATIONAL RELATION

[pt] A presente dissertação tem por objetivo repensar o conceito de solidariedade. Em minhas pesquisas sobre este conceito já tão arraigado no pensamento político, pude perceber a existência de uma certa constância no modo de pensá-lo. É como se os autores e autoras, por mais concorrentes e antagônicos que sejam seus argumentos, tornassem todos, em uníssono, a um único e mesmo modo de conceber a solidariedade. A solidariedade pode ser tratada como solidariedade universal, solidariedade comunitária ou societária e também como solidariedade liberatória, cada um destes usos possuindo especificidades próprias. Todavia, mesmo nos casos daqueles de um pensamento autodenominado crítico ou radical, nosso modo de conceber a solidariedade está subordinado ao que pode ser chamado de imagem dogmática da solidariedade. A imagem dogmática da solidariedade concebe a solidariedade como uma força centrípeta que aglutina os termos envolvidos na relação em uma unidade mais ou menos harmônica. Nela, a solidariedade está relacionada com a produção de interioridades novas, manutenção das interioridades existentes e recuperação de interioridades consideradas perdidas. Sua principal preocupação não é apenas produzir, manter e recuperar as interioridades, mas também protegê-las e assegurar sua coesão. O problema com esta imagem é que, ao subordinar o pensamento da solidariedade, ela restringe e dificulta a tarefa de pensar a solidariedade diferentemente – nosso objetivo nesta dissertação. É possível pensar uma outra solidariedade? Uma solidariedade expansiva, como uma força centrífuga, que não aglutina tampouco produz espaços interiores? A quais conceitos precisamos recorrer para tanto? Nesta dissertação, definiremos a imagem dogmática da solidariedade, examinaremos seus principais reflexos dentro e fora do campo das Relações Internacionais e, por fim, trabalharemos a ideia de uma solidariedade perigosa, esta definida menos em termos de produção, manutenção e recuperação de espaços interiores e mais em relação a sua capacidade de destruí-los.

[en] The aim of the following text is to discuss and rethink the concept of solidarity. During my research, I could realize the existence of a certain constancy in the way we think about solidarity. However competing and antagonistic the arguments of the authors here analyzed may be, we shall see that there is a common root in the way they conceive the idea of solidarity. Solidarity can be defined as universal solidarity, community or societal solidarity and also as liberatory solidarity, each having its own specific characteristics. Nevertheless, even when it comes to a thought self-defined critical or radical, the conceptions of solidarity are still subordinated to what can be called dogmatic image of solidarity. The dogmatic image of solidarity conceives solidarity as a centripetal force that glues together the terms involved in the relation into a more or less harmonic unity. In it, solidarity is related to the production of new interiorities, maintenance of existing interiorities and recovery of interiorities considered lost. Its main concern is not only to produce, maintain and recover interiorities, but also to protect them and ensure their cohesion. The problem with this image is that, by subordinating the thought of solidarity, it restricts and hinders the task of thinking solidarity differently – which is my goal in this thesis. Is it possible to think of another concept of solidarity? One that reflects an expansive solidarity, like a centrifugal force that does not agglutinate nor does it produce interior spaces? If so, what are the concepts that may help us in that? In this master s thesis, I will scrutinize the dogmatic image of solidarity, analyze its main reflexes inside and outside the field of International Relations, and define what I call dangerous solidarities, which is thought less in terms of production, maintenance and restoration of interior spaces and more in relation to its ability to destroy them.

JOAO FRANKLIN ABELARDO PONTES NOGUEIRA

JOAO FRANKLIN ABELARDO PONTES NOGUEIRA

VICTOR COUTINHO LAGE

JAMES CASAS KLAUSEN

2021-10-14

2021-07-30

[pt] TEXTO

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PORTUGUÊS

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https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.55307