[pt] DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO BRASIL E SUAS PERSPECTIVAS DE DESARMAMENTO: UMA PROPOSTA ECUMÊNICA

[en] ON RELIGIOUS INTOLERANCE IN BRAZIL AND ITS PERSPECTIVES OF DISARMAMENT: AN ECUMENICAL PROPOSAL

[pt] MONICA BAPTISTA CAMPOS

[pt] RELIGIOES

[pt] NEOPENTECOSTALISMO

[pt] INTOLERANCIA RELIGIOSA

[pt] ECUMENISMO

[en] RELIGIONS

[en] NEO PENTECOSTALISM

[en] RELIGIOUS INTOLERANCE

[en] ECUMENISM

[pt] A observação do censo religioso ao longo das últimas décadas demonstra que o Brasil está cada vez mais plural em termos de configuração religiosa. Houve redução significativa no número de católicos e um aumento das igrejas pentecostais. Percebe-se também uma disposição do indivíduo à experimentação, configurando assim um cenário propício à mobilidade religiosa e à dupla ou tripla pertença. Contudo, apesar dessa abertura a novas experimentações, também estamos observando uma crescente onda de intolerância religiosa no cenário brasileiro. A intolerância religiosa no Brasil é quase uma exclusividade das igrejas neopentecostais. E, geralmente, a palavra de ódio é destinada às religiões de matriz africanas. Vários segmentos da sociedade, como ONGs, coletivos, grupos de direitos humanos, associações religiosas, entre outros estão sensibilizados e atentos à questão da crescente intolerância. Há grupos que se articulam em prol da promoção da paz, e muitas vezes adquirem um veio profético junto à sociedade quando denunciam as injustiças das estruturas sociais. Em uma sociedade pluralista e neoliberal, a teologia deve buscar caminhos que promovam a boa convivência humana, a prática de uma cidadania consciente, a inclusão dos marginalizados e a justiça como um bem comum. Contudo, deve também estar conectada à fonte, à tradição, aos Evangelhos e a Jesus Cristo. Assim, estará sendo fiel à sua essência podendo contribuir para a construção de relações mais humanizadas, comunicando a Boa Nova, fazendo diferença em um mundo que é ameaçado pela indiferença ou o ódio ao outro. Nesta comunicação, faremos uma pequena análise da intolerância religiosa presente no Brasil, depois lançaremos luzes sobre a questão através do Evangelho e, por fim, apresentaremos uma proposta de caminhada ecumênica para deslegitimar atitudes intolerantes.

[en] The religion census of Brazil has showed a more plural religious confi guration of society in the last decades. There has been a signifi cant reduction in the number of catholics and an increase in pentecostal churches. Also, one can perceive a disposition of the individual for experimentation, thus fi guring a favourable scenery of religious mobility as well as a double or triple belonging. Though there is such an opening to new experimentations, we can also observe an ongoing wave of religious intolerance in the Brazilian scenery. Religious intolerance in Brazil is almost an exclusiveness of neo-pentecostal churches. Usually the word of hate is aimed at religions of African origin. Several organizations of society, such as NGO’s, human right groups, religious associations among others are moved and attentive to the issue of ongoing intolerance. There are groups that are arguing in favor of the promotion of peace, and often get a prophetic vein in society when they denounce the injustice of social structures. In a plural and neoliberal society, theology must look for ways of promoting a good human companionship, the practice of a conscious citizenship, the inclusion of the marginalized and justice as a common good. However, it also has to be connected to the source, to tradition, to the Gospels and to Jesus Christ. Thus, it will remain faithful to its essence as well as contribute to the construction of more humanized relationships, sharing the Good News, making a difference in a world threatened by indifference or the hate towards the other. In this paper, we will undertake a small analysis of religious intolerance in Brazil, and then cast light on the issue through the Gospel and, at last, present a proposal of an ecumenical way to deprive intolerant attitutes of legitimization.

2016-10-31

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