Este trabalho tem como propósito analisar iniciativas que buscaram constituir, no Brasil, um público de leitores. Para realizá-lo foi necessário indagar que tipo de leitor se tinha em mente quando se afirmava, tendo como certa a escassez de leitores no país, a necessidade de criar mecanismos para incentivar a leitura. Tal indagação tornou imprescindível o exame de textos através dos quais pudessem ser depreendidas diferentes representações do leitor, evidenciadas nas intenções e gestos de gestores públicos, intelectuais, editores, políticos e outros personagens atuantes no período abordado - isto é, aquele que se inaugura com a chegada no Rio de Janeiro dos primeiros prelos, em 1808, e se estende até 1945, quando tem fim a gestão de Gustavo Capanema no Ministério da Educação e Saúde do governo de Getúlio Vargas, em 1945. Além de escritos de natureza jornalística e política, foram incluídos no corpus da dissertação textos ficcionais, dentre outros, romances de Machado de Assis, Lima Barreto e Graciliano Ramos.