Este estudo teve como objetivo investigar como se dá a inclusão da criança deficiente nas salas regulares da Educação Infantil do município de Vitória, à luz das representações sociointerativas da criança deficiente com o meio que a cerca, levando em consideração três pressupostos básicos de análise: as concepções de educação, infância e inclusão. A pesquisa foi desenvolvida num centro municipal de Educação Infantil pertencente ao Sistema Municipal de Ensino de Vitória, a partir da perspectiva do estudo de caso, tendo como sujeitos um grupo de crianças de uma sala de pré-escola com criança deficiente em processo de inclusão, a professora da turma, o corpo técnico-administrativo, bem como o serviço de assessoramento de Educação Infantil e Educação Especial da Secretaria de Educação. Tendo como pressuposto analítico o processo inclusivista desenvolvido na Educação Infantil do município de Vitória, o estudo realizado buscou considerar e entender que concepções de infância e de Educação Especial - inclusão - fazem parte do discurso de quem está à frente do processo educacional - professor, diretor, pedagogo, assessor - e daquele que se reflete na prática, no cotidiano das crianças em interação com as outras crianças - com e sem deficiência diagnosticada - e com os adultos que faziam parte desse contexto. Para tanto, os dados obtidos foram analisados tendo como principais interlocutores a literatura contemporânea, que trata da inclusão de indivíduos deficientes nas salas regulares do ensino, e os estudos desenvolvidos por Vygotsky, pelo fato de que esse teórico entendia o ser humano como um ser que possui, produz e reproduz história e cultura. A pesquisa evidenciou uma distância entre o que se fala acerca da inclusão e do cotidiano dos atores do processo educacional. Além disso, pôde-se perceber que existem diferentes ações no contexto pesquisado que, ao invés de incluir, parecem causar a exclusão no processo de escolarização, e isso a partir da Educação Infantil.