Em obras ambientais, onde geossintéticos são utilizados como sistema de proteção e de cobertura de taludes, é de extrema importância o conhecimento do mecanismo de interação solo-geossintético, através da obtenção dos parâmetros de resistência da interface (adesão e ângulo de atrito da interface). O ensaio de laboratório mais adequado para a obtenção desses parâmetros, nestas condições, é o de cisalhamento em plano inclinado ou ensaio de rampa, pois permite simular a condição de campo onde o cisalhamento ocorre em um plano inclinado sob baixas tensões. Assim, este trabalho apresenta um estudo sobre a interação sologeossintético através de ensaios de rampa, executados em um equipamento de grandes dimensões, visando analisar a influência de alguns fatores, tais como, tipo de geossintético, tipo de solo, densidade relativa do solo e tensão confinante. Foram utilizados dois tipos de geossintéticos, uma geomembrana de PVC e uma geogrelha uniaxial e dois tipos de solo, areia e pedregulho (brita). A análise da influência da densidade relativa do solo foi realizada através de ensaios na interface areia-geossintético em duas densidades relativas diferentes (35 e 100%). A influência da tensão confinante foi estudada através de ensaios com três tensões confinantes distintas (2,1; 3,2 e 5,1 kPa). Os resultados mostram que a influência de fatores como densidade relativa do solo, tensão confinante e tipo de solo, dependem do tipo do geossintético. O aumento da densidade relativa do solo promove um acréscimo de resistência na interface para a geogrelha e uma redução para a geomembrana. O aumento da tensão confinante reduz o ângulo de rampa na ruptura, sendo este efeito mais pronunciado na interface areia-geogrelha. Em relação ao tipo de material, a interface brita-geogrelha é a que apresenta maior resistência.