Por meio do sistema mítico proposto por Roland Barthes em Mitologias, buscamos realizar uma análise de discursos antiaborto publicados no portal Gazeta do Povo entre 2018 e 2022. Através dessa análise, ambicionamos pôr em prática a leitura de determinados mitos da maternidade no Brasil que, não apenas são (re)produzidos nos discursos antiaborto, mas também os naturalizam, legitimam e eternizam. O recorte temporal é vital para contextualizarmos o tema tratado dentro de um cenário mais amplo de conservadorismo e neoliberalismo, tanto em sua presença política, quanto no seu alcance na sociedade como um todo. Além disso, como objetivo secundário, buscamos pensar particularmente o papel da produção imagética e a agência do design nessas operações míticas, que também atuam na produção das relações de poder e subjetividade no Brasil contemporâneo.