A sondagem dos significados latentes da expressão homóiosis theoi nos diálogos República e Teeteto se constitui como o interesse central desta pesquisa. Todavia, a explicitação de tais significados depende da inclusão do eidos e da psychê no campo semântico do divino. Trata-se de novas divindades filosoficamente justificadas por Platão. E é com elas que se torna possível a descoberta de significados éticos e políticos, assim como lógicos e epistemológicos, que envolvem a expressão homóiosis theoi, respectivamente, na República e no Teeteto. No diálogo sobre a justiça, as relações entre alma e ideia divinas pavimentam as condições éticas e políticas que efetivam a semelhança a deus tanto no indivíduo quanto na cidade. Por sua vez, no diálogo sobre a ciência, alma e ideia divinas estruturam as exigências epistêmicas requeridas à assunção da vida e experiência deificadas.