Com o objetivo de ouvir histórias contadas pelo grupo fundador do Fórum Permanente de Educação Infantil do Rio de Janeiro/ FPEI-RJ, a pesquisa apresenta a história da fundação do Fórum – na década de 1990 - contada pelos intelectuais entrevistados/as. A tese analisa o entrecruzamento da participação destes intelectuais no processo de organização do Fórum e nas políticas públicas de Educação Infantil, revela seus itinerários e inserção nos espaços de militância social e política que constituíram experiências/trajetórias e reiteram o encontro entre o individual e o coletivo nas tramas da história em que foram copartícipes. Os relatos, definidos como fontes orais, corroboram a perspectiva da história oral que possibilita versões da História a partir da escuta de múltiplos e diferentes narradores/as. A relação dialética entre prática e teoria, a partir das perspectivas teóricas de Bakhtin e Gramsci, possibilitou uma abordagem em que a linguagem e o sujeito são tratados como dinâmicos e inacabados, (capazes de questionar e resistir a poderes), uma visão ampla e profunda das dinâmicas sociais e, inclusive, uma possibilidade de mudança. Os sujeitos dessa pesquisa são entendidos como intelectuais orgânicos de um movimento social que marca a cultura no campo da Educação Infantil cuja característica é a associação entre pensamento, conhecimento e prática social conectados ao mundo do trabalho, às organizações políticas e culturais. Compreendido como intelectual coletivo, o Fórum Permanente de Educação Infantil do Rio de Janeiro ocupa o lugar de mobilizador e articulador da luta pela causa da criança pequena, em um processo de múltiplas trajetórias e diversas instâncias, que traz disputas entre interesses de diferentes sujeitos e projetos de modo a se configurar como movimento de permanente discussão e atuação.