Na dissertação Filmes para mudar o mundo - produção e distribuição de documentários de impacto social, investigamos uma nova metodologia de realização de obras do gênero a partir da associação da narrativa documental com um projeto de comunicação estratégica. O documentário de impacto social é construído para ser o centro de um projeto maior, com vistas a propor transformações objetivas na sociedade, ou mesmo ações no intuito de contribuir com mudanças de mentalidade a respeito de problemas específicos. Ativistas, organizações da sociedade civil e simpatizantes engajados atuam em parceria com a equipe do filme, basicamente por meio de práticas crossmídia e advocacy, ampliando seu alcance de público e potencial persuasivo. Da mesma forma, podem dispor do documentário para fomentar debates em seus grupos de origem, num jogo de ganha-ganha. Em termos metodológicos, partimos dos primórdios do documentário social britânico, com seu projeto de educação cívica através do cinema, até a abordagem de iniciativas contemporâneas, dialogando com autores como Brian Winston, Thomas Austin e Jane Chapman, com pesquisas que ajudam a entender as principais questões em torno das condições de existência e do desenvolvimento das formas de produção do cinema documentário. Tratamos também dos problemas da distribuição e da audiência em seu sentido mais amplo, considerando os contextos históricos ditados por questões tecnológicas, de mercado e de comportamentos do público. Veremos ainda como é organizada a campanha de impacto de documentários a partir de dois estudos de caso brasileiros: Menino 23 – infâncias perdidas no Brasil (BRASIL, 2016), e Paratodos (BRASIL, 2016).