A presente pesquisa objetiva compreender o papel dos caminhos no processo de transformação da paisagem florestal do Maciço da Tijuca. Para isso, foi feito um (re)conhecimento sobre a história da área de estudo e seus personagens históricos através da pesquisa documental, complementada pela identificação, sistematização e análise espacial de vestígios encontrados em trabalhos de campo. Ainda utilizamos a fitossociologia para análise do componente arbóreo ao redor dos caminhos, procurando compreender as resultantes ecológicas do encontro entre a dinâmica social e natural. Foram encontrados diversos caminhos antigos, sendo 18 segmentos de caminhos desativados e quatro segmentos de caminhos em uso. Além disso, outros legados socioecológicos foram identificados, como 377 anti-gas carvoarias, 149 vestígios de assentamento humano, 38 figueiras remanescentes e 1.207 pontos com ao menos um indivíduo de jaqueira, tendo sido contabilizados 8.978 indivíduos. A análise fitossociológica evidenciou que o legado do uso pretérito também se reflete na estrutura e composição da vegetação, principalmente através do estabelecimento de novos ecossistemas de jaqueira que, por sua vez, possuem sua distribuição totalmente atrelada à presença humana pretérita e ao seu padrão de dispersão. No entanto, o público que frequenta o Parque Nacional da Tijuca não conhece a história dos caminhos de que usufrui. Com isso, propomos três produtos – vídeos, redes sociais e narrativa criativa - que podem auxiliar no processo de disseminação desse conteúdo, trazendo à tona personagens invisibilizados e cativando os frequentadores da Unidade de Conservação frente aos diferentes atrativos histórico-culturais.