Com o advento da pandemia do coronavírus, as populações de periferias e favelas brasileiras tornaram-se o foco de maior risco devido ao quadro histórico de desigualdades sociais nesses territórios. O ativismo das forças sociais que compõem a sociedade civil, nesse contexto, tem assumido a centralidade do trabalho de proteção da população mais socialmente vulnerável, no vácuo deixado pelas políticas públicas. Neste estudo, é analisada a experiência de uma campanha conduzida pela organização não governamental Redes da Maré, cuja origem vem de uma trajetória de lutas sociais dos moradores das favelas que compõem o bairro da Maré, na periferia do Rio de Janeiro, como um exemplo decisivo para a sobrevivência dos moradores locais e promoção de direitos, valendo-se da mobilização de um amplo conjunto de atores e consolidando uma rede solidária e potente, que foi capaz de beneficiar, ao longo de 2020, mais de 50 mil pessoas diretamente.