A Teoria dos Jogos modela o processo racional de tomada de decisão através de agentes econômicos puramente maximizadores de utilidade (Schelling, 1980). No entanto, em muitos jogos relevantes, os seres humanos agem e decidem diferentemente em experimentos do mundo real do que preveria a Teoria dos Jogos (Rabin, 1994). Essa é uma das razões pelas quais o Ultimatum Game (UG) (Guth et al., 1982) é amplamente estudado: permite discussões sobre como as emoções, a cultura e a moral influenciam o processo de tomada de decisão. Este artigo tem como objetivo descobrir via Revisão Sistemática de Literatura (SLR) as tendências e lacunas de conhecimento no estudo do UG. Identificamos que a justiça percebida pelos jogadores é o principal fator de variação de comportamento - e que muitos fatores afetam a justiça percebida (incluindo, entre outros, comparação com pares; gênero; cultura; níveis hormonais; senso de legitimidade entre os jogadores). Através desta análise, o principal tema-motor encontrado é a Bioeconomia, potencializado pelo surgimento do campo da Neuroeconomia. No entanto, o grau de integração desse campo com a Economia Classica é questionado, conforme nossa análise da rede de co-ocorrência de palavras-chave. Foram encontrados três grupos distintos: dois deles, compostos por temas relacionados à Bioeconomia, estão consideravelmente menos conectados a grupos de temas relacionados à Teoria Tradicional dos Jogos. Além disso, verificou-se que não há consenso para explicar completamente a lógica psicológica do Jogador 1 em um UG. Com base em nossas descobertas, propomos uma variação da UG, o Broker s Game, para superar deficiências e limitações do UG original e, eventualmente, permitir uma postulação de um modelo de tomada de decisão emocional-racional.