Tendo em vista a literatura que discute os desafios enfrentados pelos jovens ao longo da sua trajetória escolar e a influência de determinadas características instituicionais no enfrentamento dessas adversidades, o presente estudo busca conhecer quais as relações que os jovens de escolas públicas e privadas estabelecem com sua escola e com o seu processo de escolarização. Para isso, construímos um questionário com itens que buscavam mensurar a mobilização dos jovens em relação à escola e para a aprendizagem, as suas percepções sobre o clima escolar e a participação discente e, por fim, as suas crenças de autoeficácia acadêmica. O instrumento foi testado e aplicado a uma amostra de 224 jovens de 9 ano do Ensino Fundamental de duas escolas públicas e três escolas privadas localizadas em São Luís (MA) e no Rio de Janeiro (RJ). Posteriormente, o instrumento foi validado a partir da construção de índices que buscaram mensurar alguns aspectos da escola na visão dos jovens. Os resultados do estudo apontam que os alunos das escolas privadas presentes em nossa amostra percebem um clima mais positivo nas suas escolas em quase todas as dimensões analisadas e possuem níveis mais altos de autoeficácia. Por outro lado, os jovens das escolas públicas se sentem mais mobilizados para irem à escola pela aprendizagem e acreditam que participam mais das decisões da escola. Por fim, discute-se até que ponto essas diferenças de percepções encontradas podem interferir na trajetória escolar e de vida dos jovens pesquisados.