A superliga a base de níquel 59-23Cr-16Mo foi desenvolvida na década de 90 e tem sido aplicada em indústrias químicas e petroquímicas, bem como em equipamentos de controle ambiental. Esta liga tem apresentado, ocasionalmente, problemas de corrosão por pits em regiões específicas da zona termicamente afetada (ZTA) de juntas soldadas. Com o propósito de estudar os mecanismos atuantes nos processos de precipitação da liga, amostras da mesma foram submetidas a tratamentos de envelhecimento isotérmicos, às temperaturas de 700oC e 900oC, durante intervalos de tempo de 1 a 100 horas. Um estudo da evolução microestrutural do material, a partir da condição de como recebido, foi conduzido através de microscopia ótica, microscopia eletrônica de varredura (MEV), espectroscopia por dispersão de energia de (EDS), difração de elétrons retroespalhados (EBSD), difração de raios-X, microscopia eletrônica de transmissão convencional e de alta resolução. O desempenho mecânico do material, em suas diferentes condições microestruturais, foi avaliado por meio de ensaios de tração uniaxial bem como de micro-dureza. Variações da resistividade elétrica da liga devido a evolução microestrutural foi investigada e o perfil de resistividade elétrica ao longo de uma junta soldada foi levantado. Os resultados obtidos indicaram a presença de reflexões {1, 1/2, 0} nos padrões de difração da maioria das microestruturas em questão. Tais reflexões são características de um estado de ordenação de curto alcance (SRO), e se constituem em evidência da ocorrência de reações de ordem através do mecanismo de empilhamento de planos cristalinos {4,2,0}. Uma vasta população de nanoprecipitados referentes à fase Ni2(Mo,Cr), foi detectada em todas as condições analisadas no presente trabalho. Também foram observados, nas amostras envelhecidas, microprecipitados Ni(Mo,Cr)2, originados a partir de reações de ordem, ocorrendo preferencialmente na área de contornos de grão. O comportamento mecânico do material é associado à precipitação desta fase, a qual governa tanto a transição entre modos de ruptura intragranular para intergranular quanto a degradação da ductilidade da liga. Significativas variações da resistividade elétrica foram detectadas ao longo da ZTA, não associadas à quaisquer alterações microestruturais tendo sido, portanto, atribuídas à variações na quantidade de SRO.