A imobilidade na postura sentada reclinada e as limitações no espaço da poltrona de viagens aéreas longas, somadas aos efeitos da pressão do peso do corpo sobre os tecidos levam o passageiro a uma acomodação na busca de conforto. Os constrangimentos músculo-esqueléticos conseqüentes podem provocar dores e desconforto nos usuários. Para estudar as causas dos constrangimentos foram vistos os dados sobre a postura humana, com ênfase na região sacro-lombar, assim como indicações de ergonomistas sobre cadeiras e as prioridades da aviação comercial. Os métodos usados na observação foram a revisão bibliográfica em autores de ergonomia, anatomia, cinesiologia. A assessoria de informante qualificado em interiores de aviões juntou-se à consulta a revistas especializadas na área da aviação comercial. Os resultados obtidos através da análise dos dados do questionário (n=115) confirmam o desconforto sentido pelos passageiros de viagens aéreas longas em regiões como pescoço (64,3 por cento), lombo-sacra (48,7 por cento) e pés (59,1 por cento). Inadequações como a largura do assento (58,3 por cento), o espaço para as pernas (50,4 por cento), o apoio do pescoço (47,8 por cento), e o apoio lombar (37,4 por cento) foram apontadas por estes usuários. As conclusões confirmam a hipótese O espaço limitado das poltronas aéreas e as conseqüentes posições assumidas pelos passageiros durante viagens aéreas longas acarretam constrangimentos posturais músculo-esqueléticos, e trazem como conseqüência desconforto e dores no pescoço, região lombar e pés, dormência e dores irradiadas nos usuários. As recomendações foram em relação à ergonomia da postura sentada para o apoio lombar, assento e posições de membros inferiores. Desdobramentos sugeridos foram a observação de passageiros durante a viagem, estudos sobre o sistema circulatório dos membros inferiores, constrangimentos posturais na região cervical e posterior da pelve.