Diante da informatização das escolas e tendo em vista a necessidade de maior eficiência, eficácia e produtividade das unidades de ensino, o estado de Minas Gerais implementou, em 2008, o Sistema Mineiro de Administração Escolar (SIMADE) em todas as escolas públicas da rede estadual. Esse sistema permite a organização dos dados educacionais e, a partir deles, a proposição de ações, estratégias e intervenções com intuito de melhorar a qualidade da educação. Investigamos quais têm sido os usos dos dados do SIMADE como ferramenta de gestão para os diretores da rede estadual de Minas Gerais. Usamos como referência analítica os conceitos de gestão escolar, dados e autoeficácia do diretor. Foi aplicado um survey aos diretores e aos integrantes da equipe da secretaria de todas as escolas da rede estadual. Obtivemos respostas de 586 escolas, a maioria das quais atende ao Ensino Fundamental e Médio. Os principais resultados são: (i) os diretores têm menos tempo de atuação na função se comparados aos secretários e ATBs, embora tenham maior escolarização, os diretores dedicam um tempo quase igual à gestão administrativa e pedagógica; (ii) os computadores, em geral, estão em bom estado de conservação, o acesso ao SIMADE é considerado bom e a frequência de acesso ao sistema é maior por parte dos secretários e ATBs, que se mostraram satisfeitos com a usabilidade do sistema; (iii) os diretores estão distribuídos em três níveis de autoeficácia – baixa, adaptativa e alta; (iv) o SIMADE é considerado uma das fontes de informação mais utilizadas dentro da escola. O uso do sistema, na perspectiva dos sujeitos da pesquisa, possui mais fins administrativos que pedagógicos, ainda que o detalhamento registrado por eles sobre as formas de uso do sistema apresente indícios de ser mais pedagógico, indicando percepções possivelmente variadas sobre o sentido dos possíveis usos pedagógicos.