A embalagem está no centro de questões de sobrevivência alimentar para mais de sete bilhões de pessoas no mundo. A presente pesquisa tem uma característica exploratória, voltada a investigar se as novas tecnologias digitais (especialmente microtomografia e impressão 3D) potencializam as abordagens de pensar e projetar embalagem por meio de analogias entre biologia e design (Biomimética). Tem também, uma característica experimental, objetivando estimular a criação e prototipação de conceitos inovadores biomiméticos para embalagem de alimentos. Os métodos utilizados foram: pesquisa bibliográfica, documental e de campo; entrevistas com especialistas (biólogos); coleta de materiais biológicos (especialmente frutos) e experimentação - que foi realizada em dois momentos: Experimento A, onde aplicou-se o pensamento biomimético baseado na abordagem Biologia para Projetar (Biomimicry 3.8, 2007), sem uso de novas tecnologias e Experimento B, onde aplicou-se o mesmo pensamento, porém com uso de novas tecnologias (microtomografia e impressão 3D). Graças ao processo de design exploratório e experimental, chegou-se a um conceito de design, que foi resultado de um desdobramento das analogias geradas entre biologia (vagem do amendoim) e design (embalagem). Ele propõe um sistema biomimético inovador para embalagem de alimentos que: aumenta a proteção e conservação, reduzindo o desperdício, permite adaptação a diferentes formatos e dimensões do conteúdo a ser embalado e otimiza o uso de materiais e processos. O resultado final alcançado faz-nos vislumbrar uma série de desdobramentos dessa pesquisa, principalmente ao que se refere à viabilidade técnica e implementação industrial do sistema criado, a fim de que seu uso possa ser generalizado em larga escala e, desta forma, contribuir para gerar impacto positivo nas questões contemporâneas de acesso e preservação de alimentos.