A disciplina Psicologia da Educação se apresenta como parte importante da profissionalização docente, apesar de, muitas vezes, ser desconsiderada nos cursos de formação. Diante disso, nesta tese, buscamos investigar a influência dessa disciplina na formação de professores. Verificamos as expectativas e percepções dos licenciandos, licenciados e professores de Psicologia da Educação. Para o desenvolvimento da pesquisa, contamos com a participação de 159 alunos licenciandos e bolsistas do PIBID de uma universidade pública de Minas Gerais. Participaram também quatro alunas egressas da universidade, ex-participantes do PIBID, e sete professoras de Psicologia da Educação da mesma universidade. Procedemos a uma pesquisa do tipo quanti-qualitativa; aplicamos questionários, coordenamos uma roda de conversa e fizemos um estudo dos documentos curriculares da universidade. Com relação aos documentos, os dados demonstraram pouca carga horária destinada à disciplina na maior parte dos cursos e uma localização na estrutura curricular que oblitera uma articulação mais contundente com as outras disciplinas dos cursos, principalmente as que tratam da formação do professor. Das quatro integrantes da roda de conversa, três deixaram demarcada, em suas falas, a importância de tudo que estudaram na disciplina. Elas dizem que os tópicos estudados, que fizeram parte de seus percursos formativos, foram de grande valia na consolidação de suas práticas, assim, também, rememoraram como se reportam na prática a esses conhecimentos, trazendo os conteúdos estudados no auxilio e orientação em cada fase do desenvolvimento de suas crianças. O ensino promovido parecia priorizar algumas teorias e técnicas de ensino, sendo elas justificadas por estarem em consonância com as necessidades dos alunos e com suas expectativas em relação à disciplina. Verificamos uma porcentagem alta de técnicas/métodos tradicionais utilizados, ainda que, para as professoras, os conteúdos fossem abordados de forma satisfatória. Vimos que os alunos das licenciaturas, ao ingressarem nos cursos de formação, tinham expectativas positivas com relação à disciplina de Psicologia da Educação, desejavam cursá-la e acreditavam ser ela essencial para sua formação. Além disso, eles tinham boas lembranças das práticas elaboradas por seus professores em sala de aula, mesmo percebendo as técnicas utilizadas como conservadoras e tradicionais. Os participantes identificaram um diálogo entre a disciplina Psicologia da Educação e outras áreas específicas da formação e foram categóricos quando disseram que a disciplina complementa as demais, mas demonstraram insatisfação com relação aos meios pelos quais o diálogo acontece, argumentando faltar estabelecer um diálogo maior entre teoria e prática, uma vez que somente metade deles disse se sentir preparada para lidar com a realidade do cotidiano escolar.