O trabalho que busca investigar as transformações políticas ocorridas na Tunísia no pós-Primavera Árabe (2010 – 2014). A pesquisa questiona se o fim da Primavera Árabe, a qual teve como propósito introduzir a democracia no país e garantir direitos, deveres e liberdades para a população, abarcou consigo a democracia e o nacionalismo secular como fatores para a modernização na política da Tunísia. Trabalha-se com a hipótese de que a modernidade ocidental, esta que adquire caráter homogeneizador, tendo costumes e hábitos ocidentais firmemente presentes nas sociedades, não foi capaz de atingir a estrutura político-social tunisiana, muito embora esta tenha passado por alterações desde o fim do regime autocrático de Zine El Abidine Ben Ali, em 2011. Para tanto, o estudo investiga a reestruturação política da Tunísia por meio do exame da Constituição promulgada em 2014, analisando o que a caracterizaria como moderna perante o olhar muçulmano. Conclui-se que as conquistas advindas da Primavera Árabe adentraram na Tunísia e a caracterizaram como moderna, e que, para ser moderno, não necessariamente foi preciso seguir preceitos ocidentais, uma vez que cada sociedade possui suas particularidades, e que, acima de tudo, o Islã, como religião oficial do país, o permite se desenvolver de uma maneira distinta da Ocidental, e não o invalida como condutor de formação de uma sociedade desenvolvida.