O aumento da demanda energética e sua expressiva dependência em combustíveis fósseis, assim como a crescente geração de resíduos sólidos e sua disposição inadequada, estão associados a altas emissões de gases do efeito estufa, fator de grande desequilíbrio ambiental. Desta forma, o tratamento de resíduos através da digestão anaeróbia surge como uma alternativa para ambas as questões, devido ao seu principal produto, o biogás, de alto potencial energético. Diante disso, o objetivo deste trabalho é, a partir do levantamento de dados na literatura, obter correlações entre os parâmetros mais importantes do processo, e estimar a quantidade de biogás e de matéria orgânica necessária para suprir a demanda de energia elétrica da Estação de Educação Ambiental da PUC-Rio. Os processos estudados indicam uma temperatura de trabalho média de 37 graus Celsius, implicando em um caráter mesofílico, com valores médios para o pH e volume do reator de 6,9 e 9,5 L respectivamente. Também foi identificado que as produções de metano (CH4) mais elevadas são oriundas de processos contínuos de uma só fase com substratos que sofreram codigestão e que os valores médios de produção de biogás e CH4 são de 0,509 e 0,343 m3/ kg.VS, sendo o teor médio de CH4 no biogás de 62,17 porcento. A partir dos dados coletados e de suas médias, da demanda de energia elétrica levantada e da escolha de um cenário em que um motor Diesel opera em modo dual, com substituição parcial de um biogás com 85 porcento de CH4, se estimou a necessidade de um volume de biogás de 414 m3/mês e 39,4 kg TS/dia de alimentação de matéria orgânica ao biodigestor. A universidade, por sua vez, diante de sua geração diária de resíduos alimentares, poderia suprir 38,6 porcento da demanda energética.