Esta dissertação tem o objetivo de realizar, a partir do ponto de vista da psicanálise, uma investigação a respeito das conseqüências subjetivas trazidas pelas recentes transformações no mundo do trabalho. Na psicanálise, identificamos uma associação entre trabalho e sublimação, considerada elemento central para a produção de cultura e para o funcionamento psíquico. Um exame acerca da construção do conceito de sublimação na obra de Freud permite destacar como seus traços distintivos o caráter assexual, a produção de cultura derivada de sua realização, além de uma forma de proteção psíquica. No entanto, a avaliação do trabalho na atualidade põe em questão a relação entre trabalho e sublimação, especialmente no que se refere à função protetora da atividade sublimatória. Considerando, então, que a idealização também pode estar envolvida na construção da cultura, a partir da inibição da meta pulsional em que se sustenta, sugerimos que esta desempenha um papel central na composição do cenário atual do trabalho, sobrepondo-se à importância tradicionalmente atribuída à sublimação.