As crenças e costumes dos grupos sociais interferem no modo como seus membros tratam de questões relacionadas à saúde. Partindo deste pressuposto, este trabalho propõe uma reflexão no que tange a classe popular e suas relações, a representação de saúde/doença e o modo como esta é circunscrita socialmente. A partir desta reflexão, busca-se compreender de que modo e através de quais noções e valores os membros da classe popular dão forma e sentido às suas experiências de cuidado da saúde da criança e do adolescente. É possível, assim, compreender a ampla diferença entre a posição ocupada pelo jovem de classe popular e o jovem de outras classes. As crianças de classe popular são geradas sem investimento e planejamento, restringindo, ainda mais, suas possibilidades de alcançar melhores condições de vida. Não se deve, no entanto, buscar que a classe popular seja uma réplica das classes abastadas, com seus modelos de família moderna, mas que seus membros sejam compreendidos e respeitados dentro de sua própria cultura e valores.