A presente dissertação procura abordar os múltiplos sentidos da relação entre vida e criação, a partir de um encontro entre psicologia e teatro. Através de uma reflexão sobre a noção de transicionalidade, proposta no pensamento do psicanalista Donald Winnicott, este estudo procura compreender de que modo a formação da subjetividade se dá em um espaço de experimentação, no jogo paradoxal entre continuidade e ruptura com os signos culturais. Em um diálogo com autores e artistas da cena teatral, que enfrentaram os limites da representação em seus processos de criação, busca-se problematizar as fronteiras entre arte e vida para além do paradigma mimético que orientou de forma dominante o teatro ocidental. A problematização das fronteiras aqui realizada pretende incidir não somente sobre um domínio estético como também colocar questionamentos à forma como pensamos a relação entre subjetividade e cultura.